Proteína de Bence Jones: Importância Clínica no Mieloma Múltiplo
A proteína de Bence Jones são cadeias leves livres de imunoglobulinas monoclonais, apresentando-se como fragmentos solúveis das moléculas de imunoglobulina. Além disso, a presença dessas proteínas na urina está diretamente associada à produção excessiva de imunoglobulinas de cadeia leve por plasmócitos clonais. Consequentemente, essas proteínas se tornam um indicador importante para o diagnóstico de distúrbios hematológicos relacionados, como o mieloma múltiplo.
Portanto, o artigo aborda as características dessas proteínas e enfatiza sua relevância clínica, especialmente no acompanhamento de patologias associadas a distúrbios na produção de imunoglobulinas. Em suma, o estudo dessas proteínas oferece informações cruciais para a detecção precoce e o monitoramento contínuo de condições hematológicas graves.

Imagem 1. Proteína Monoclonal | fonte: https://revista.abrale.org.br
PROTEÍNA DE BENCE JONES
A proteína de Bence Jones é uma fração de imunoglobulina livre encontrada na urina. Seu nome é uma homenagem ao médico inglês Henry Bence Jones, que a descreveu pela primeira vez em 1845. Esta por sua vez, é produzida pelas células plasmáticas do sistema imunológico.
O nome “proteína de Bence Jones” foi utilizado pela primeira vez em 1880. Durante o estudo de uma amostra de urina de um paciente com fragilidade óssea inexplicável, Bence Jones observou uma característica peculiar da proteína: ela se precipita quando aquecida e se dissolve novamente ao ser resfriada.
O paciente foi posteriormente diagnosticado com mieloma múltiplo, sendo esse o primeiro caso registrado dessa doença. Consequentemente, a descoberta dessa proteína se tornou um marco na compreensão da doença e de outros distúrbios relacionados à produção anormal de imunoglobulinas. Além disso, a detecção da proteína de Bence Jones na urina tem várias implicações clínicas significativas:

MIELOMA MÚLTIPLO
A presença da proteína de Bence Jones na urina é um indicador frequentemente associado ao mieloma múltiplo, um câncer das células plasmáticas da medula óssea. Esse distúrbio é caracterizado pela produção anormal e excessiva de imunoglobulinas, incluindo as cadeias leves que formam a proteína de Bence Jones, as quais são liberadas na urina. Portanto, a quantificação dessa proteína é fundamental para o monitoramento da resposta ao tratamento, uma vez que a redução de seus níveis pode sinalizar uma resposta terapêutica positiva.
De acordo com estudos, em cerca de 70% dos casos de mieloma múltiplo, a proteína de Bence Jones está presente na urina, sendo, em aproximadamente 17% dos casos, o único produto biológico excretado. Além disso, a proteína de Bence Jones é nefrotóxica e está associada a complicações renais, que frequentemente surgem como um dos primeiros sintomas a levar ao diagnóstico do mieloma múltiplo. Por essa razão, a lesão renal deve ser considerada no diagnóstico diferencial de doenças plasmocitárias, especialmente em casos de lesão renal aguda.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
A presença da proteína na urina auxilia os médicos na distinção entre mieloma múltiplo e outras condições similares, como amiloidose e macroglobulinemia de Waldenström. Assim, a detecção da proteína de Bence Jones desempenha um papel crucial na diferenciação entre essas doenças, o que facilita um diagnóstico mais preciso.
PROGNÓSTICO
Os níveis de proteína de Bence Jones podem estar relacionados ao prognóstico em pacientes com mieloma múltiplo. Em geral, níveis mais elevados podem indicar um prognóstico menos favorável. Consequentemente, a monitorização ao longo do tempo é fundamental para avaliar a resposta ao tratamento e antecipar possíveis complicações.
EM QUE MOMENTO DEVE-SE REALIZAR O TESTE?
A realização do teste de detecção da proteína de Bence Jones é recomendada quando há suspeita de distúrbios relacionados às células plasmáticas, como o mieloma múltiplo. Sintomas como anemia, hipercalcemia e disfunção renal são motivos para considerar este teste. Além disso, sintomas relacionados a danos ósseos, como dor intensa, fraturas vertebrais e fraturas em ossos longos, também justificam a investigação. No entanto, muitas vezes, os pacientes inicialmente apresentam sintomas inespecíficos, como fadiga e dor nas costas, o que pode atrasar o diagnóstico, incluindo a avaliação da presença de proteína na urina.
EXAMES DE DETECÇÃO DA PROTEÍNA DE BENCE JONES
Vários métodos podem ser empregados para detecção da proteína, incluindo eletroforese convencional de alta precisão e eletroforese de zona capilar. Além disso, para confirmação, a eletroforese de imunofixação (a abordagem ideal) ou a imunoeletroforese podem ser utilizadas. Dessa forma, essas técnicas são fundamentais para garantir a precisão do diagnóstico e o monitoramento da presença da proteína na urina.
CONCLUSÃO
Em síntese, a proteína de Bence Jones desempenha um papel fundamental no diagnóstico e monitoramento de doenças associadas às células plasmáticas, especialmente no mieloma múltiplo. Sua detecção na urina fornece informações cruciais, não apenas para confirmar a presença da doença, mas também para avaliar a eficácia do tratamento e o prognóstico do paciente. Ademais, a quantificação dessa proteína permite o acompanhamento contínuo da evolução da doença, possibilitando ajustes terapêuticos necessários ao longo do tratamento.
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Referências:
SANAR, A. C. O que são as proteínas de Bence Jones e qual a sua importância clínica?, 2021. Disponível em: <https://sanarmed.com/o-que-sao-as-proteinas-de-bence-jones-e-qual-a-sua-importancia-clinica-colunistas/>
Bence-Jones Protein – https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK541035/
MADALENA, Leticia B. et al. Utilidad del método de rojo de pirogalol molibdato en la cuantificación de proteína de Bence Jones. Acta bioquím. clín. latinoam, p. 57-65, 2002.