Ácido úrico: O que o exame revela sobre a gota?
O ácido úrico é um metabólito da degradação das purinas, compostos presentes no DNA e RNA. Em condições normais, ele é eliminado pelos rins e, em menor parte, pelo trato gastrointestinal. No entanto, quando sua produção aumenta ou sua excreção é reduzida, ocorre a hiperuricemia, condição diretamente ligada ao desenvolvimento da gota.
O papel do ácido úrico no organismo:
Embora seja amplamente associado a problemas de saúde, o ácido úrico também exerce funções benéficas, como atuar como antioxidante no plasma. No entanto, em concentrações elevadas, ele pode cristalizar e se depositar nas articulações, desencadeando inflamação e dor intensa — características marcantes da gota.
Dosagem de ácido úrico:
A análise laboratorial do ácido úrico geralmente é feita no soro. Estudos indicam que seus níveis normais variam entre 3,4 e 7,0 mg/dL. No entanto, a hiperuricemia ocorre quando essa concentração ultrapassa 6,8 mg/dL, limite de solubilidade do ácido úrico no organismo.
Para pacientes com gota, o objetivo do tratamento é manter os níveis séricos abaixo de 6 mg/dL. Em casos mais graves, como aqueles com tofos ou crises frequentes, a meta é ainda mais rigorosa, ficando abaixo de 5 mg/dL.
Vale lembrar que o diagnóstico da gota não depende apenas do nível de ácido úrico no sangue. Em muitos casos, os valores podem estar normais durante uma crise. O exame mais preciso para confirmar a doença é a identificação de cristais de monourato de sódio no líquido sinovial, obtido por aspiração articular.
A gota e seu impacto na qualidade de vida:
A gota não é apenas uma dor momentânea, suas crises podem ser incapacitantes e impactar significativamente o dia a dia dos pacientes. Além da inflamação articular intensa, a doença está associada a doenças cardiovasculares, diabetes e doença renal crônica.
Fatores ambientais também influenciam no desenvolvimento da gota. Exposição ao chumbo, variações de temperatura e estresse físico podem desencadear inflamações articulares, agravando o quadro clínico.
Como controlar a hiperuricemia?
O tratamento da gota vai muito além do alívio das crises. A estratégia de controle envolve mudanças no estilo de vida e, quando necessário, o uso de medicamentos. As principais abordagens incluem:
- Alimentação equilibrada – Reduzir o consumo de purinas (carnes vermelhas, frutos do mar) e aumentar a hidratação;
- Terapia medicamentosa – Alopurinol e febuxostate são inibidores da xantina oxidase que reduzem a produção de ácido úrico;
- Controle de comorbidades – Hipertensão, obesidade e diabetes devem ser acompanhadas de perto, pois podem piorar a hiperuricemia;
- Tratamento das crises – Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e colchicina são opções eficazes para reduzir dor e inflamação.
Monitoramento contínuo: Um passo essencial no tratamento
A dosagem do ácido úrico deve ser monitorada regularmente para garantir a eficácia do tratamento. A Sociedade Brasileira de Reumatologia e a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica recomendam que os laudos laboratoriais informem que, em pacientes em tratamento para gota, o nível sérico de ácido úrico deve ser mantido abaixo de 6 mg/dL. Essa diretriz oferece uma meta clara para profissionais de saúde e pacientes, facilitando o acompanhamento da doença.
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Referências:
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DA ROCHA CASTELAR PINHEIRO, G.; DA ROCHA LOURES, M. A. A.; ANDRADE, L. E. C.; et al. Brazilian Society of Rheumatology and Brazilian of Clinical Pathology/Laboratory Medicine recommendation for serum uric acid test reports on patients undergoing treatment gout. Advances in Rheumatology, v. 64, p. 73, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s42358-024-00415-6