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ALTERAÇÕES LABORATORIAIS NA COVID-19

A COVID-19 é uma doença altamente contagiosa causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, identificado pela primeira vez em Wuhan, China, em dezembro de 2019. Desde então, o vírus se espalhou rapidamente pelo mundo, levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma pandemia em 2020. Os sintomas da infecção variam amplamente, desde casos assintomáticos até casos graves.

A identificação e o monitoramento de biomarcadores são essenciais para avaliar a progressão da doença, a resposta ao tratamento e o risco de complicações. Por isso, é fundamental que os profissionais de saúde conheçam as principais alterações laboratoriais associadas a essa condição, para auxiliar no diagnóstico e no manejo dos pacientes.

Principais alterações laboratoriais que podem estar presentes em pacientes acometidos pela COVID19:

Hematológicas:

  • Leucocitose
  • Linfopenia
  • Aumento da amplitude do volume dos monócitos (MDW)
  • Microcitose
  • Diminuição da hemoglobina
  • Aumento do VHS
  • Plaquetopenia
  • Prolongamento do TP
  • Aumento do Dímero-D

Bioquímicas:

  • Aumento de proteína C reativa (PCR)
  • Aumento da desidrogenase láctica (LDH)
  • Aumento de AST
  • Aumento de ALT
  • Aumento de Creatina
  • Aumento de Ureia
  • Aumento de Bilirrubinas
  • Aumento de Procalcitonina
  • Aumento de Troponinas
  • Aumento de CK e CK-MB
  • Diminuição da concentração sérica de albumina

Na COVID-19, biomarcadores de resposta inflamatória e dano tecidual apresentam elevações significativas, especialmente em casos de progressão rápida e agravamento severo. Observa-se um aumento acentuado de citocinas inflamatórias, como IL-2, IL-7 e IL-10, além do fator estimulador de colônias granulocitárias (G-CSF), da proteína quimiotática de monócitos (MCP-1), da proteína inflamatória de macrófago-1α (MIP-1α) e do fator de crescimento transformante alfa (TGF-α).

Estudos realizados em 2020 demonstraram as alterações laboratoriais de acordo com a fase da doença: 

  • Estágio 1: Na primeira semana após o início dos sintomas, a COVID-19 geralmente se assemelha a um resfriado comum. Nessa fase, o hemograma pode indicar leve linfopenia, pois os linfócitos expressam receptores ACE2, tornando-se alvos do coronavírus. Já os exames bioquímicos, coagulograma, eletrólitos e equilíbrio ácido-base tendem a permanecer normais para a maioria dos pacientes nesse estágio inicial.
  • Estágio 2: Na segunda fase, os sintomas tendem a se agravar, com intensificação da linfocitopenia. A proteína C-reativa (PCR) mostra um aumento expressivo em resposta à inflamação. Hipoalbuminemia também pode ocorrer, resultado da maior permeabilidade capilar e resposta inflamatória mediada pela interleucina 6 (IL-6), que reduz a síntese hepática de albumina. Nesta fase, é comum observar níveis elevados de dímero-D, além de produção excessiva de trombina e menor fibrinólise, caracterizando um estado de hipercoagulabilidade.
  • Estágio 3: Aproximadamente 20% dos pacientes com COVID-19 evoluem para essa fase crítica, com complicações como tosse seca persistente, dispneia e queda na saturação de oxigênio (SO₂), resultando em hipóxia tecidual e aumento de lactato e lactato desidrogenase (LDH). A proteína C-reativa (PCR) atinge níveis críticos, e o dímero-D pode elevar-se até seis vezes o valor normal, indicando intensa hipercoagulabilidade. Alterações no coagulograma incluem tempo de tromboplastina parcial (PTT) alargado e trombocitopenia. O hemograma mostra agravamento da linfocitopenia.
  • Estágio 4: Em torno de 50% dos pacientes nesta fase necessitam de intubação devido a complicações respiratórias e hematológicas. A saturação de oxigênio (SO₂) cai drasticamente para 80%-90%, com pH reduzido (7,25-7,31) e aumento de CO₂ e lactato no sangue, indicando acidose mista. A hipóxia severa compromete órgãos como fígado e rins, refletida na elevação de ALT, AST e ureia. O coagulograma mostra alterações graves, e a síntese contínua de proteínas virais afeta hemácias e hemoglobina, agravando a hipóxia e estimulando o sistema de coagulação. Em alguns casos, ocorre síndrome hemofagocítica, com esplenomegalia, hepatomegalia e aumentos significativos de potássio e LDH.

Após três a cinco dias nesse estágio, observam-se alterações nos marcadores cardíacos (Troponina I, CK total e CK-MB) refletindo o impacto sistêmico dessa fase crítica.

Vale ressaltar que os pacientes que apresentaram leucocitose com neutrofilia demonstraram um prognóstico ruim, indicando a possível presença de infecções associadas além da COVID-19.

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Referências

CARELLI, Guilherme Zart et al. Alterações laboratoriais em pacientes com COVID-19. Research, Society and Development, v. 9, n. 12, p. e30191211115-e30191211115, 2020.

DE OLIVEIRA JUNIOR, Ricardo Brito; LOURENÇO, Patrick Menezes. Alterações laboratoriais ea COVID-19. RBAC, v. 52, n. 2, p. 198-200, 2020.

SEBOTAIO, Matheus Coimbra; ASTURIAN, Kathleen; NETO, Olavo José Vicente. Alterações de parâmetros laboratoriais em pacientes com COVID-19: uma revisão sistemática. Revista de Ciências Médicas, v. 31, 2022.

XAVIER, Analucia R. et al. COVID-19: manifestações clínicas e laboratoriais na infecção pelo novo coronavírus. Jornal brasileiro de patologia e medicina laboratorial, v. 56, 2020.