Anéis de Cabot: significado e importância diagnóstica na hematologia 

Os anéis de Cabot são inclusões raras encontradas nos eritrócitos e são considerados remanescentes da membrana do fuso mitótico. Apresentam-se sob a forma de finos anéis ou figuras em oito, corando-se em azul-violáceo com coloração de referência. Apesar de sua raridade, sua presença pode indicar distúrbios hematológicos subjacentes de grande relevância clínica.  

Eritrócito com inclusão de Anel de Cabot. Fonte: CellWiki.

Origem e condições associadas:

A origem dos anéis de Cabot ainda não é completamente elucidada, mas evidências sugerem que derivam de alterações no fuso mitótico durante a eritropoiese. Seu aparecimento está geralmente associado a diseritropoiese, característica de diversas patologias hematológicas, incluindo:  

• Anemias megaloblásticas, devido à deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico; 

• Intoxicação por metais pesados, como chumbo; 

• Anemias severas, especialmente em estados de estresse eritropoiético; 

• Doenças mielodisplásicas e leucemias; 

• Casos pós-esplenectomia. 

A identificação dessas estruturas microscópicas requer atenção e experiência, pois podem ser confundidas com parasitas ou outros artefatos celulares. 

Relato no laudo do hemograma: 

A presença de anéis de Cabot deve ser relatada no hemograma, sendo quantificada de acordo com a seguinte classificação:  

• Discreta (+); 

• Moderada (++); 

• Intensa (+++).  

Além disso, sua presença e quantidade devem ser obrigatoriamente mencionadas nas observações do hemograma, auxiliando na interpretação clínica e na correlação com possíveis distúrbios hematológicos. 

Significado diagnóstico e conclusão

A presença dos anéis de Cabot não é patognomônica de uma única doença, mas serve como um marcador indireto de distúrbios hematológicos subjacentes. Sua detecção em esfregaços sanguíneos deve sempre ser correlacionada com outros achados laboratoriais, história clínica e exames complementares.  

Para o analista clínico, a identificação de anéis de Cabot representa um achado relevante que pode direcionar a investigação diagnóstica para doenças sérias, reforçando a importância da análise criteriosa do hemograma. 

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Referências:

ERDEM, Neslihan et al. A hundred years after the first article, a recollection: Cabot ring. The Korean Journal of Internal Medicine, v. 31, n. 1, p. 199, 2016. 

FREIRE, Juliana Mendonça. Análise das características clínicas, hematológicas e do perfil de expressão antigênica de pacientes com leucemia mieloide aguda do estado do Rio Grande do Norte. 2015. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2015. 

MONTEIRO, Mirella Dias et al. Anemia megaloblástica: revisão de literatura. Revista Saúde em Foco, Edição nº 11, 2019. 

SILVEIRA, Cristina da; MELO, Márcio. Laboratório de Hematologia: Teorias, Técnicas e Atlas. 2. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2015.