Anemia Ferropriva x Anemia Sideroblástica
A anemia é uma resposta a inúmeros distúrbios sanguíneos caracterizada pela redução dos níveis de hemoglobina no sangue, levando a uma diminuição da capacidade de transporte de oxigênio. Duas formas de anemia que frequentemente intrigam profissionais de saúde são a anemia ferropriva e a anemia sideroblástica. Neste artigo, exploraremos as diferenças fundamentais entre essas duas condições, desde as causas até os métodos de diagnóstico.
Anemia Ferropriva:
Causas: A anemia ferropriva é o resultado de uma deficiência de ferro no organismo. Isso pode ocorrer devido a uma dieta pobre em ferro, má absorção de ferro no trato gastrointestinal, perda de sangue crônica (como em casos de úlceras gastrointestinais ou menstruação intensa) ou demanda aumentada de ferro (durante a gravidez ou crescimento rápido em crianças).
Características Clínicas: Os pacientes com anemia ferropriva geralmente apresentam alotriofagia (distúrbio caracterizado pelo hábito de ingerir alimentos não nutritivos como gelo), glossite (fissura na língua), coiloníquia (unhas côncavas, crispadas e quebradiças) e palidez da conjuntiva.
Diagnóstico: O diagnóstico é confirmado através de exames de sangue que mostram baixos níveis de hemoglobina, ferritina (um marcador de estoques de ferro) e ferro sérico. Além disso, os glóbulos vermelhos podem aparecer microcíticos e hipocrômicos, bem como a presença de eliptócitos na microscopia.
Anemia Sideroblástica:
Causas: A anemia sideroblástica é caracterizada pela acumulação anormal de ferro nos precursores de glóbulos vermelhos na medula óssea por incapacidade de utilização. Isso pode ser causado por condições genéticas (anemia sideroblástica hereditária) ou fatores adquiridos, como exposição a toxinas, uso de certos medicamentos, doenças crônicas ou outras condições subjacentes.
Características clínicas: Pacientes com essas condições podem apresentar sintomas comuns com a anemia ferropriva, quadro anêmico, com fraqueza e fadiga. Porém um fator distintivo, excesso de ferro na medula óssea.
Diagnóstico: O diagnóstico é baseado em exames de sangue que mostram níveis elevados de ferritina sérica, saturação de transferrina e ferro sérico, ao hemograma, podem ser vistos os Corpos de Pappenheimer.
No mielograma a presença de sideroblastos em anel (eritroblastos com ferro precipitado na mitocôndria) pode ser observado através da coloração de Perls.
Embora ambas as condições envolvam problemas no metabolismo do ferro, a anemia ferropriva resulta de uma deficiência de ferro, enquanto a anemia sideroblástica envolve um acúmulo anormal de ferro. O diagnóstico preciso é importante para determinar a causa subjacente e direcionar o tratamento apropriado. Profissionais de saúde devem estar atentos aos sinais clínicos e realizar exames laboratoriais detalhados para distinguir entre essas duas formas de anemia e proporcionar o melhor cuidado aos pacientes.
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Referências:
Bain, Barbara J. Células sanguíneas : um guia prático [recurso eletrônico] / Barbara J. Bain ; [tradução: Renato Failace]. – 5. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2016.
Hoffbrand, A. V. Fundamentos em hematologia. — 6. ed- Porto Alegre: Artmed, 2013
