Anemias: Classificação e Diagnóstico
As anemias representam uma condição que afeta uma expressiva parcela da população mundial, sendo caracterizadas pela baixa concentração de hemoglobina (Hb) no sangue, mesmo sem a diminuição da contagem de eritrócitos. Embora muitos considerem a anemia como uma patologia em si, é crucial que os analistas clínicos compreendam que ela, na verdade, é um sinal indicativo de uma possível doença subjacente, tornando sua investigação essencial.
Como podemos classificar as anemias?
Classificar as anemias é um passo importante para uma abordagem clínica adequada. Elas podem ser categorizadas de duas maneiras: de acordo com sua morfologia, também conhecida como classificação laboratorial, ou de acordo com o mecanismo fisiopatológico. Neste artigo, vamos explorar ambas as classificações, além de discorrer sobre o diagnóstico laboratorial.
Classificação fisiopatológica
A classificação baseada na fisiopatologia concentra-se na causa da anemia e pode ser dividida em três grupos distintos:
– Anemia por Redução da Produção: Nessa categoria, a baixa produção de eritropoetina ou de algum fator essencial para a hematopoiese pode levar à anemia, decorrente da redução da produção das células vermelhas.
– Anemia por Perdas Sanguíneas: Essa categoria pode ser subdividida em duas formas – perda sanguínea aguda e crônica. A primeira instala-se rapidamente, geralmente em casos de hemorragia, enquanto a segunda demora mais para se desenvolver, como em infecções parasitológicas, por exemplo.
– Anemia por Excesso de Destruição: Conhecidas como anemias hemolíticas, caracterizam-se pela redução do tempo de vida dos eritrócitos na corrente sanguínea. Tais anemias podem ser resultado de defeitos hereditários ou adquiridos.
Classificação laboratorial das anemias
A classificação laboratorial das anemias, por sua vez, baseia-se no tamanho e coloração da hemácia, avaliando-se os índices hematimétricos presentes no eritrograma:
– Anemias Microcíticas e Hipocrômicas: Nesse tipo, os índices VCM, HCM e CHCM encontram-se diminuídos, indicando hemácias com tamanho reduzido e conteúdo interno de hemoglobina reduzido.
– Anemias Normocíticas e Normocrômicas: Aqui, os índices VCM, HCM e CHCM são normais, apontando que as hemácias apresentam tamanho e coloração dentro dos padrões esperados.
– Anemias Macrocíticas e Normocrômicas: Nesse grupo, o VCM encontra-se aumentado, enquanto o HCM e CHCM permanecem normais, revelando hemácias com tamanho aumentado e coloração dentro dos padrões normais.
Para elucidar ainda mais o diagnóstico das anemias, é fundamental considerar o RDW, que, quando analisado em conjunto com o VCM, fornece informações preciosas ao analista clínico, assim como a contagem de reticulócitos.
O hemograma é um exame indispensável para identificar a presença de anemia e correlacionar suas possíveis causas. No entanto, outros exames complementares, como dosagem de vitaminas e minerais e exames bioquímicos, são necessários para a confirmação do diagnóstico.
Compreender a classificação e diagnóstico das anemias é crucial para uma abordagem clínica precisa e oportuna, auxiliando os profissionais de saúde a proporcionarem tratamentos adequados e melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados por essa condição.
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Referências:
NAOUM, Paulo Cesar. Anemias: classificação e diagnóstico diferencial. São Paulo: Universidade Estadual Paulista, 2015.
PEDROSO, Henrique Umpierre. Anemia. 2022.
ZAGO, MA, FALCÃO, RP, PASQUINI, R. Tratado de Hematologia. 1ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2013.
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