Beta-HCG: Sua Importância na Gravidez e Outras Condições
O Beta-HCG (gonadotrofina coriônica humana beta) é uma substância reconhecida principalmente por seu papel como marcador de gravidez. Neste artigo, exploraremos o que é o Beta-HCG, sua importância na confirmação da gravidez e outras aplicações clínicas além do contexto gestacional.
O que é Beta-HCG?
O HCG, conhecido como gonadotropina coriônica, é um hormônio que é detectado no corpo da mulher durante a gravidez, sendo produzido pelas células do embrião. A presença desse hormônio em situações não gestacionais, pode ser um sinal de uma condição médica subjacente que requer investigação.
Normalmente, o exame de sangue para detectar o Beta-HCG é conduzido somente quando há suspeita de gravidez.
Variação dos Níveis de Beta-HCG na Gravidez
Os níveis de Beta-HCG aumentam exponencialmente durante o início da gravidez e atingem o pico por volta da 10ª semana.
Medir os níveis de Beta-HCG ao longo do tempo pode ser útil para determinar a viabilidade da gravidez, uma vez que uma interrupção da gravidez geralmente resulta em uma diminuição dos níveis.
Adicionalmente, o Beta-HCG pode ser empregado para auxiliar o diagnóstico de certos tumores relacionados à gestação, como a mola hidatiforme, uma vez que esses tumores também são capazes de gerar esse hormônio.
Outras Aplicações Clínicas:
Além do seu papel na gravidez, o Beta-HCG é utilizado em outras situações clínicas:
– Diagnóstico de Tumores Germinativos: Em casos de tumores testiculares e ovarianos, os níveis de Beta-HCG podem estar elevados. Portanto, essa substância é usada para diagnosticar e monitorar essas condições. Este hormônio é detectado em níveis elevados em tumores de células germinativas, como o carcinoma embrionário, e em todos os tumores trofoblásticos, sendo altamente sensível. No entanto, a gonadotrofina coriônica pode ser encontrada em níveis elevados em outras condições, como úlceras duodenais, cirrose, inflamações intestinais e câncer de mama, por isso, ela não é um marcador ideal.
– Testes Pré-Natais: Além da confirmação de gravidez, o Beta-HCG é usado em triagens pré-natais, como o rastreamento de anomalias cromossômicas em fetos. Pesquisas que utilizaram os níveis séricos maternos dos marcadores bioquímicos no primeiro trimestre para rastrear anomalias cromossômicas mostraram que, entre a 10ª semana e três dias e a 13ª semana e seis dias de gestação, os níveis da fração β-livre da gonadotrofina coriônica humana (fβ-hCG) são mais altos em comparação com gestações de fetos cromossomicamente normais.
Falso Positivo e Negativo
Falsos positivos são raros, mas podem acontecer em casos de tumores ovarianos ou de origem embrionária e em caso a paciente faça uso de medicamentos que contenham o hormônio.
Falsos negativos ocorrem quando o teste é feito muito cedo, pois, mesmo que o embrião já esteja no processo de formação, os níveis de Beta-HCG ainda estão muito baixos.
O Beta-HCG desempenha um papel multifacetado na medicina. Além de sua importância na confirmação da gravidez, é uma ferramenta que pode auxiliar no diagnóstico e monitoramento de vários distúrbios, incluindo tumores germinativos. Sua versatilidade o torna uma substância importante para os analistas clínicos que precisam ter uma análise crítica no momento da interpretação dos resultados de acordo com a histórico do paciente, assim, garantindo uma avaliação precisa e um tratamento eficaz quando necessário.
Referências:
NICOLAIDES, Kipros Herodotou et al. Rastreio para anomalias cromossômicas no primeiro trimestre da gestação. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 29, p. 647-653, 2007.
CAMPOS, Gabriela et al. APLICAÇÃO LABORATORIAL DO βhCG COMO MARCADOR TUMORAL PARA DIAGNÓSTICO DO CÂNCER. Saúde e Desenvolvimento, v. 11, n. 6, 2017.
Ayres, Nathalie. Beta HCG: o que é, quando fazer e como entender o resultado. Minha Vida. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/materias/materia-13521. Acesso em: 29 set. 2023.