BIOMARCADORES DO CÂNCER DE PRÓSTATA

A próstata é uma glândula exclusiva dos homens, com funções importantes no sistema reprodutor masculino, como a secreção de um líquido prostático de pH alcalino, que contribui para a mobilidade dos espermatozoides e dá ao sêmen seu aspecto característico. Localizada em frente ao reto, a próstata pode ser avaliada por meio do exame de toque retal, sendo de tamanho médio de 3 cm de comprimento, 4 cm de largura e 2 cm de profundidade. Essa glândula desempenha papel crucial na saúde reprodutiva, mas também está sujeita a condições patológicas, como neoplasias. Dessa forma, é fundamental que todo profissional da saúde conheça os principais biomarcadores do câncer de próstata, contribuindo assim no diagnóstico e melhor prognóstico para o paciente.

O câncer de próstata é uma das formas mais comuns de câncer entre os homens. No Brasil, é um dos tipos mais frequentes, com estimativas de quase 62.000 novos casos diagnosticados em 2016, representando cerca de 23% de todos os cânceres masculinos no país. Esse tipo de câncer é um importante problema de saúde pública, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, onde as taxas de incidência são altas.

Fatores de Risco para o Câncer de Próstata

O câncer de próstata está fortemente relacionado a vários fatores de risco, sendo a idade o mais bem estabelecido, com mais de 60% dos casos diagnosticados em homens com 65 anos ou mais.

A hereditariedade também é relevante, especialmente quando há casos em parentes de primeiro grau. Outros fatores, como dieta, estilo de vida e hábitos como o tabagismo, também estão associados à progressão do câncer de próstata, com a obesidade sendo um fator agravante, particularmente em casos mais avançados. Além disso, alterações genéticas, como nos genes BRCA1, BRCA2 e ATM, têm sido associadas ao aparecimento precoce e à pior evolução prognóstica da doença.

Manifestações Clínicas

O câncer de próstata geralmente é silencioso, especialmente em seus estágios iniciais, quando os sintomas podem ser mínimos ou ausentes. Em muitos casos, os sinais locais se manifestam apenas quando o tumor cresce o suficiente para causar obstrução uretral, resultando em sintomas semelhantes aos do aumento benigno da próstata, como jato urinário fraco, hesitação, intermitência e, em casos mais graves, hidronefrose. 

À medida que a doença avança, pode gerar metástases e as manifestações clínicas tornam-se mais evidentes e graves. O local mais comum para essas metástases é o osso, levando a dores intensas, dificuldade de mobilidade e, frequentemente, ao surgimento de anemia e caquexia, caracterizando um quadro de piora do estado geral do paciente.

Diagnóstico e Biomarcadores do Câncer de Próstata

O diagnóstico do câncer de próstata envolve uma combinação de métodos clínicos, laboratoriais e de imagem. Inicialmente, o exame de toque retal e a dosagem do antígeno prostático específico (PSA) são os principais instrumentos para a triagem. 

O toque retal permite ao médico identificar alterações no tamanho, formato e consistência da próstata, enquanto o PSA, uma proteína produzida pela glândula prostática, está frequentemente elevada em casos de câncer.

Caso esses exames iniciais sugiram a presença de tumor, a biópsia prostática é realizada para confirmar o diagnóstico e avaliar o grau de agressividade do câncer. Além disso, exames de imagem podem ser indicados para estadiar a doença e verificar a presença de metástases.

A dosagem de PAP, LDH e Alfa-2-Macroglobulina também podem ser utilizadas no câncer de próstata, especialmente para monitoramento da doença.

  • PSA – Antígeno Prostático Específico

O antígeno prostático específico (PSA) é uma glicoproteína produzida exclusivamente pelas células epiteliais e pelos ductos da glândula prostática. Esse biomarcador encontra-se no soro em duas formas: o PSA não ligado ou livre e o PSA ligado a outras proteínas. A soma dessas frações, ou seja, o PSA livre e o PSA ligado, é chamada de PSA total. 

Esse marcador tumoral é o amplamente utilizado para o câncer de próstata, sendo muito útil no diagnóstico e monitoramento da doença devido à sua origem exclusivamente glandular. A atividade catabólica do tumor e a aceleração da taxa metabólica no carcinoma prostático provocam elevações nos níveis séricos do PSA.

No entanto, é importante ressaltar que o PSA também pode se elevar em condições não malignas, como a hiperplasia prostática benigna e as prostatites, o que exige cautela na interpretação dos resultados e exames complementares para confirmação diagnóstica.

Após o tratamento do câncer, é recomendável a medição do PSA em amostras de sangue com a periodicidade definida pelo médico.

  • PAP –  Fosfatase Ácida Prostática

A fosfatase ácida prostática (PAP) é uma enzima encontrada principalmente nas células epiteliais da próstata, sendo secretada para o fluido prostático e contribuindo para a composição do sêmen. Embora também esteja presente em níveis baixos em outros tecidos e fluidos corporais, é predominantemente associada à próstata, desempenhando funções específicas nessa glândula. 

No diagnóstico do câncer de próstata a PAP pode ser utilizada, embora sua sensibilidade e especificidade sejam mais baixas em comparação com o antígeno prostático específico (PSA). Apesar disso, a PAP ainda tem relevância, especialmente como marcador adicional, e pode ser útil em cenários específicos onde o PSA não é suficiente.

Além de seu papel no diagnóstico inicial, a fosfatase ácida prostática tem uma importância clínica significativa no monitoramento do câncer. Após o diagnóstico e início do tratamento, os níveis de PAP podem ser acompanhados ao longo do tempo para avaliar a eficácia terapêutica e detectar recidivas da doença. 

Nos estágios avançados do câncer de próstata, em que ocorrem metástases ósseas, a PAP pode ser útil, uma vez que seus níveis elevados indicam uma atividade osteoblástica aumentada associada à presença do tumor. 

  • LDH – Desidrogenase Láctica

A desidrogenase láctica (LDH) é uma enzima envolvida no metabolismo energético celular, sendo encontrada em quase todos os tecidos do corpo, especialmente nos músculos, fígado, rins e coração. 

No contexto do câncer de próstata, a elevação dos níveis de LDH pode ser um reflexo de necrose tumoral, indicando que o câncer pode estar progredindo para estágios mais avançados ou metastáticos. Embora a LDH seja um marcador inespecífico, ou seja, não é exclusiva para o câncer de próstata, sua dosagem pode fornecer informações importantes sobre a gravidade e o comportamento da doença.

  • Alfa-2-Macroglobulina

A alfa-2-macroglobulina é uma proteína plasmática que atua como um inibidor de proteases, desempenhando um papel crucial na regulação da atividade enzimática no organismo. 

Embora não seja um marcador comum no rastreamento convencional do câncer de próstata, estudos sugerem que em estágios mais avançados da doença, especialmente quando há metástases ou uma resposta inflamatória sistêmica significativa, a alfa-2-macroglobulina pode se elevar, refletindo a intensidade do processo inflamatório associado à progressão tumoral. 

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Referências

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