COEFICIENTE DE VARIAÇÃO E ESPECIFICAÇÕES DA QUALIDADE ANALÍTICA

A análise crítica do desempenho do sistema analítico é essencial para identificar áreas de melhoria e garantir a qualidade dos resultados laboratoriais. O Coeficiente de Variação (CV) é uma ótima ferramenta para avaliar a variabilidade do método analítico. Ele nos ajuda a entender o quanto os resultados variam em relação à média e desvio padrão, o que é fundamental para manter a confiabilidade dos resultados.

A verificação do CV deve ser realizada com base em uma série de requisitos estabelecidos pelas especificações da qualidade, que são essenciais para garantir que os resultados liberados por um laboratório atinjam o nível de qualidade necessário para uso clínico. Elas servem como metas de desempenho, estabelecendo os limites aceitáveis de erro para cada exame laboratorial, com base em evidências científicas e estudos rigorosos.

Uma das principais funções dessa análise é garantir que, mesmo com as inevitáveis variações que ocorrem em qualquer processo de medição, os resultados sejam mantidos dentro de limites que não comprometam a interpretação clínica.

Alguns profissionais confundem as especificações de qualidade com as regras de controle de qualidade, como as de Westgard, mas é importante entender que elas são conceitos distintos, embora interligados. Enquanto as especificações definem o que é esperado, as regras de controle ajudam a monitorar e manter esse desempenho.

Especificações mais utilizadas: Variação Biológica (VB), RILIBAK, RCPA, CLIA.

O laboratório deve avaliar qual delas implementar, lembrando que podem ser utilizadas mais de uma, pois algumas não contemplam todos os tipos de ensaio.

Atualmente, a especificação VB é a mais recomendada por especialistas, por cobrir um maior número de ensaios. Ela fornece dados valiosos, como o Coeficiente de Variação (CV%), Erro Sistemático (ES) e Erro Total (ET), e classifica os ensaios em três níveis: Desejável, Ótima e Mínima. 

Após escolher as especificações adequadas para cada exame, é essencial definir a periodicidade de análise para garantir a manutenção da qualidade do laboratório. Recomenda-se realizar essa verificação mensalmente para avaliar o desempenho contínuo de cada ensaio e detectar falhas com tempo útil de resolução.

COMO ANALISAR O COEFICIENTE DE VARIAÇÃO

Para facilitar a análise, é importante construir uma tabela que organize as informações sobre cada exame, como no modelo abaixo:

O Coeficiente de Variação é calculado através da fórmula: Desvio Padrão/ Média x 100, onde você deverá utilizar a média dos resultados validados daquele mês.

O resultado final do CV deve ser comparado com a classificação da especificação escolhida para aquele analíto. Preferencialmente os resultados devem ser indicados como “ótimo” ou “desejável”, porém existe a margem de variação onde o limite é o valor definido na classificação “mínimo”. Lembrando que o CV do CIQ deve ser inferior ou igual ao CV da especificação. 

Caso os valores estejam dentro dos limites estabelecidos, o desempenho do exame está adequado. Se houver desvios, é necessário investigar a causa e realizar ajustes no processo analítico.

Quando o CV está inadequado, é necessário realizar uma análise detalhada nos resultados do controle interno para identificar se houve erros aleatórios ou sistemáticos. A partir dessa análise, a origem da problemática deve ser solucionada. Um CV inadequado indica que os resultados dos exames estão apresentando variações superiores ao limite permitido, o que pode comprometer a precisão dos laudos e impactar negativamente a confiabilidade dos resultados.

Lembrando que atualmente já existem automações que facilitam a obtenção desses resultados, bem como você pode utilizar ferramentas do excel para realização dos cálculos.

Melhor que conhecer as ferramentas de gestão da qualidade, é saber implementar no seu laboratório!

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Referências:

BERLITZ, Fernando de Almeida. Controle da qualidade no laboratório clínico: alinhando melhoria de processos, confiabilidade e segurança do paciente. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 46, p. 353-363, 2010.

DA GRAÇA BECKER, Maria; SELOW, Marcela Lima Cardoso; TONIOLO, Rucieli Maria Moreira. A importância do controle de qualidade em laboratórios clínicos. Revista Dom Acadêmico, v. 1, n. 1, 2016.

LABTEST DIAGNÓSTICA. Especificações da Qualidade Analítica. Disponível em: <https://labtest.com.br/wp-content/uploads/2016/09/Especificacoes_da_qualidade_analitica___Rev._Agosto_2009.pdf>.  Acesso em 12 Nov. 2024.

PNCQ. Controle Interno da Qualidade em Análises Clínicas. Disponível em: <https://pncq.org.br/wp-content/uploads/2021/06/CONTROLE-INTERNO-DA-QUALIDADE-EM-ANALISES-CLINICAS.pdf>. Acesso em 13 Nov. 2024.

QUALICHART. Controle Interno da Qualidade no laboratório clínico. Disponível em: <https://www.qualichart.com.br/o-que-voce-precisa-saber-sobre-o-controle-interno-da-qualidade/>. Acesso em 12 Nov. 2024.