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CONTROLE DE QUALIDADE PARA COLORAÇÕES MICROBIOLÓGICAS

A microbiologia é uma área extremamente sensível e de grande impacto no diagnóstico clínico, onde cada detalhe pode influenciar significativamente os resultados. Por isso, o controle de qualidade em todos os processos é essencial para garantir a precisão e confiabilidade das análises.

Os corantes utilizados na microbiologia desempenham um papel essencial na identificação e diferenciação de microrganismos, sendo indispensáveis em técnicas como a coloração de Gram e Ziehl-Neelsen. No entanto, para que esses métodos sejam eficazes e produzam resultados confiáveis, é fundamental garantir a qualidade dos corantes empregados.

O controle de qualidade assegura que esses corantes mantenham sua estabilidade e desempenho esperado, evitando falhas na coloração que possam comprometer a interpretação dos exames. Assim, a padronização e o monitoramento contínuo são indispensáveis para a excelência nos diagnósticos microbiológicos, contribuindo diretamente para a precisão no tratamento e no acompanhamento clínico dos pacientes.

FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR NA QUALIDADE DOS RESULTADOS DAS COLORAÇÕES MICROBIOLÓGICAS

A precisão nas colorações realizadas no setor de microbiologia pode ser comprometida por diversos fatores, que afetam tanto a qualidade da preparação quanto a interpretação dos resultados. Entre os principais fatores estão:

Características do esfregaço: Esfregaços muito densos ou finos, mal distribuídos ou mal espalhados na lâmina podem dificultar a visualização dos microrganismos e prejudicar a eficácia da coloração.

Qualidade das lâminas: Lâminas arranhadas, reaproveitadas ou engorduradas comprometem a adesão do material e a uniformidade da coloração.

Falhas técnicas: O não cumprimento rigoroso das etapas técnicas, como fixação inadequada, descoloração excessiva ou insuficiente, e erros no aquecimento, podem gerar interpretações equivocadas.

Culturas ou corantes deteriorados: O uso de culturas envelhecidas ou corantes que já passaram da validade, com precipitados ou contaminantes, resulta em colorações de baixa qualidade e, consequentemente, erros de leitura.

Problemas na preparação dos corantes: Concentrações inadequadas podem comprometer sua eficácia, além do risco de colonização por microrganismos nos corantes armazenados de forma inadequada.

Água contaminada: A utilização de água contaminada, seja na preparação do corante ou durante as etapas de coloração, pode introduzir artefatos e distorcer os resultados.

COMO GARANTIR A QUALIDADE ANALÍTICA NESSES PROCESSOS:

Para assegurar a qualidade nos processos de coloração microbiológica, é essencial implementar medidas rigorosas em todas as etapas. 

Começando pelo preparo do esfregaço, deve-se garantir uma espessura adequada e uma distribuição homogênea para evitar áreas muito densas ou finas. O uso de lâminas novas e livres de arranhões ou resíduos é indispensável para evitar interferências. 

A adesão às etapas técnicas, como fixação, descoloração e aquecimento, deve ser rigorosamente seguidas, utilizando protocolos padronizados e treinamentos regulares para a equipe.

Os corantes devem ser inspecionados diariamente, verificando a aparência, a presença de precipitados e possíveis sinais de deterioração. Esses corantes precisam ser substituídos regularmente, de acordo com a demanda e as boas práticas laboratoriais, evitando o uso de materiais vencidos ou contaminados. É recomendável preparar novos corantes conforme a indicação do fabricante para eliminar o risco de erros e contaminação.

Além disso, é fundamental realizar a análise de lâminas-controle com cepas ATCC de acordo com a periodicidade estabelecida pelo laboratório, e sempre que novos corantes forem preparados ou abertos. Essas lâminas auxiliam na verificação da eficácia dos corantes e na identificação precoce de possíveis problemas. 

Outra prática que deve ser adotada é o controle em registros de datas de abertura, lotes em uso, validação e leitura das lâminas controles. Esses documentos são cruciais para garantir o monitoramento e rastreabilidade, além de serem importantíssimos e bastante solicitados na auditoria laboratorial.

Essa rotina de controle, somada a práticas de armazenamento adequadas e ao monitoramento contínuo, garante a padronização e a excelência diagnóstica nos exames microbiológicos.

Modelo de planilha para controle de qualidade dos corantes microbiológicos:

Fonte da planilha: PNCQ.

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Referências:

BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Módulo 4: Procedimentos Laboratoriais: da Requisição do Exame à Análise Microbiológica e Laudo Final/Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília – DF.  2013.

Controle de Qualidade para Laboratórios (CONTROLLAB). Recomendações do Controle de Qualidade para Laboratórios: Gestão da Fase Analítica do Laboratório: como assegurar a qualidade na prática. 1a. ed. Manole. Rio de Janeiro, RJ. 2010. 

Controle de Qualidade para Laboratórios (CONTROLLAB). Recomendações do Controle de Qualidade para Laboratórios: Gestão da Fase Analítica do Laboratório: como assegurar a qualidade na prática. 2a. ed. Manole. Rio de Janeiro, RJ. 2010.

MARTINS, André; DOS SANTOS, Elaine Maria. CONTROLE DA QUALIDADE NA FASE ANALÍTICA EM LABORATÓRIOS DE MICROBIOLOGIA MÉDICA DA REGIÃO CENTRO-SUL DO PARANÁ. Varia Scientia-Ciências da Saúde, v. 5, n. 1, p. 49-58, 2019.

OPLUSTIL, Camen P. et al. Procedimentos Básicos em Microbiologia Clínica-4ª edição. Sarvier Editora, 2020.