Controle Interno De Qualidade Em Laboratórios Clínicos
Os laboratórios de análises clínicas ocupam uma posição estratégica no sistema de saúde, sendo pilares essenciais na prevenção, no diagnóstico preciso, na definição terapêutica e no acompanhamento evolutivo das doenças. Essa relevância se concretiza por meio da realização de exames laboratoriais especializados, que subsidiam decisões médicas com maior acurácia e efetividade. Nesse contexto, o controle interno da qualidade assume papel central.
Diante da crescente complexidade da medicina diagnóstica, a busca pela excelência e pela confiabilidade dos resultados laboratoriais torna-se, assim, não apenas desejável — mas, acima de tudo, uma exigência inegociável. A aplicação diária do controle interno, por parte dos analistas clínicos, é, portanto, indispensável para assegurar que cada resultado emitido reflita fielmente a condição biológica do paciente. Dessa forma, contribui significativamente para condutas clínicas mais seguras e eficazes.

O Que É Controle De Qualidade?
O controle de qualidade laboratorial é um sistema estruturado de auditorias internas e externas, projetado para assegurar a conformidade rigorosa com normas técnicas e regulatórias. Seu principal objetivo é garantir que os resultados emitidos sejam não apenas precisos, mas também reprodutíveis e clinicamente confiáveis.
Esse processo, além disso, abrange a revisão crítica da documentação técnica, bem como a análise minuciosa dos fluxos operacionais. Consequentemente, isso permite a identificação proativa de falhas, o que, por sua vez, viabiliza a correção imediata de quaisquer desvios que possam, eventualmente, comprometer a integridade dos exames laboratoriais.
Para que o sistema seja eficaz, é necessário contar com uma infraestrutura adequada, pessoal qualificado, reagentes de qualidade e procedimentos padronizados desde a coleta e armazenamento de amostras, até liberação do laudo final Além disso, é fundamental que esse monitoramento seja aplicado de forma permanente em todas as operações do laboratório.

Controle Interno De Qualidade Laboratorial
O processo laboratorial, por sua vez, abrange três fases essenciais: pré-analítica, analítica e pós-analítica. Portanto, para garantir a confiabilidade dos resultados, torna-se fundamental seguir normas previamente estabelecidas, como as da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e a RDC 786/2023.
No controle de qualidade laboratorial interno, utilizam-se, sobretudo, amostras-controle, as quais possuem resultados previamente conhecidos e são, além disso, semelhantes às amostras dos pacientes. Os profissionais processam e analisam essas amostras da mesma forma que as amostras reais, o que permite, assim, verificar a confiabilidade dos resultados liberados.

Imagem: representação do gráfico de Levey-Jennings – ferramenta importante na análise visual do controle da qualidade
Etapas Do Controle De Qualidade Interno
- Seleção e preparação das amostras-controle: As amostras-controle devem ser representativas das amostras dos pacientes, devem ser obtidas preferencialmente através de kits comerciais por fabricantes reconhecidos. Elas são processadas juntamente com as amostras reais, o que permite a comparação dos resultados ao final dos testes.
- Análise das amostras-controle: Os resultados obtidos, inicialmente, são comparados com os valores de referência utilizados pelos laboratórios. Essa análise, por conseguinte, é realizada pelos profissionais responsáveis pela rotina laboratorial.
- Monitoramento: É necessário registrar os resultados das amostras-controle, a fim de monitorar sua estabilidade ao longo do tempo. Além disso usar ferramentas estatisticas próprias e critérios para análise desses dados, como Gráfico de Levey-Jennings e Regras de Westgard.
- Ações corretivas: Caso sejam detectadas alterações nos resultados e, além disso, infrações nos critérios de aceitabilidade, é fundamental, portanto, interromper a análise das amostras dos pacientes e, em seguida, investigar as causas dessas alterações. Esse procedimento, por conseguinte, permite corrigir eventuais erros e minimizar falhas laboratoriais.
Medidas Para Aprimorar O Controle Interno De Qualidade
Para realizar o controle de qualidade interno de maneira adequada, é fundamental, primeiramente, elaborar Procedimentos Operacionais Padrão (POPs), os quais, por sua vez, detalham de forma clara os passos necessários para a execução dos procedimentos laboratoriais. Além disso, é essencial oferecer treinamentos contínuos aos funcionários, garantindo que todos estejam alinhados às práticas estabelecidas pelo serviço.
Em suma, o controle de qualidade laboratorial interno desempenha um papel crucial na garantia da confiabilidade e reprodutibilidade dos resultados dos exames realizados pelos analistas clínicos. Por meio desse processo, é possível identificar erros, solucionar problemas e, assim, assegurar a segurança dos pacientes.
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Referências:
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CHAVES, Carla D. Controle de qualidade no laboratório de análises clínicas. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 46, p. 352-352, 2010.
BERLITZ, Fernando de Almeida. Controle da qualidade no laboratório clínico: alinhando melhoria de processos, confiabilidade e segurança do paciente. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 46, p. 353-363, 2010.
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