TÉCNICA PARA CORREÇÃO DE LIPEMIA NO HEMOGRAMA
A lipemia, caracterizada pelo excesso de lipídios no plasma ou soro, é uma das interferências mais frequentes nos laboratórios clínicos. Essa condição pode alterar significativamente os resultados das análises laboratoriais tanto nas dosagens bioquímicas quanto nas hematológicas.
O aumento significativo de lipídios no sangue pode ocorrer por diversos motivos, incluindo:
- Distúrbios metabólicos
- Dieta rica em gorduras nos dias que antecedem a coleta
- Jejum inadequado
Esses fatores geram alterações nas características ópticas do material analisado, especialmente em exames que utilizam a metodologia baseada em espectrofotometria.
Amostra de sangue em EDTA apresentando lipemia.
IMPACTOS DA LIPEMIA NO HEMOGRAMA:
A turbidez típica causada pela lipemia pode interferir diretamente nos exames hematológicos como o hemograma. Dentre as principais interferências, estão:
Falsa elevação da hemoglobina: A dispersão anormal da luz afeta as medições ópticas, elevando artificialmente os valores de hemoglobina.
Comprometimento dos índices hematimétricos: Parâmetros como HCM (Hemoglobina Corpuscular Média), CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média) e hematócrito podem ser distorcidos.
Interpretação equivocada do eritrograma: Essas alterações distorcem o verdadeiro perfil eritrocitário, podendo levar a diagnósticos incorretos, como anemias ou outros distúrbios.
No hemograma, um sinal clássico de interferência por lipemia é a elevação do CHCM sendo discrepante em relação ao Hematócrito e Hemoglobina.
COMO REALIZAR A CORREÇÃO:
Uma das formas mais eficazes de corrigir a interferência da lipemia é realizar a substituição do plasma lipêmico por solução salina.
Passo a Passo:
- Homogeneização da amostra para garantir que o sangue esteja bem misturado
- Retire 1 mL e transfira para um tubo seco para caso precise repetir o procedimento
- Realize a centrifugação para separar os eritrócitos do conteúdo lipídico (1.500 rpm por 3 a 4 minutos)
- Após centrifugar, remova o plasma lipêmico com uma pipeta, medindo o volume retirado
- Adicione solução salina na mesma proporção do plasma removido
- Realize uma nova homogeneização com cuidado
- Processe a amostra no equipamento e verifique os resultados ajustados.
Vale lembrar que essa técnica é válida também para amostras ictéricas. Em ambas as situações, apenas os dados do eritrograma obtidos na segunda análise devem ser utilizados, enquanto os resultados do leucograma e plaquetograma devem permanecer os da primeira análise.
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Referências:
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