eletroforese de proteínas

 ELETROFORESE DE PROTEÍNAS 

Importância Clínica

A eletroforese de proteínas desempenha um papel crucial no diagnóstico diferencial das gamopatias e diversas outras condições. Ela permite a identificação precisa de proteínas específicas, o monitoramento da doença ao longo do tempo, a avaliação da resposta ao tratamento, além de determinar o prognóstico da condição.

eletroforese de proteínas

As proteínas são grandes moléculas compostas por aminoácidos ligados covalentemente entre si. Dependendo da distribuição eletrônica resultante das ligações covalentes ou iônicas em seus subgrupos estruturais, as proteínas podem ser classificadas como polares ou não polares em um dado pH. A técnica de eletroforese em gel e surfactante é frequentemente escolhida devido à capacidade de criar uma matriz porosa que retarda o movimento das proteínas pelo gel e negativação das cargas pelo surfactante, separando as proteínas com base em seus tamanhos. 

PROCEDIMENTO

A amostra de soro humano, rica em proteínas, é aplicada sobre um meio composto de acetato de celulose ou gel de agarose, em seguida se liga ao surfactante que torna toda a carga residual negativa, por fim, sofre a ação de um potencial elétrico gerado por um pólo positivo (ânodo) e outro negativo (catodo). Esse potencial provoca a migração das proteínas em direção ao anodo e, de acordo com o peso molecular, elas percorrem distâncias distintas, gerando diferentes bandas, representadas por albumina e as globulinas alfa, beta e gama. Em seguida, é realizada a revelação das frações proteicas corando-se as bandas.

PROTEÍNAS SÉRICAS

Albumina: É a proteína mais abundante no plasma e corresponde a cerca de 60% da concentração total de proteínas. 

Alfa-1 globulinas: Esse grupo é constituído por alfa-1-antitripsina, protrombina, transcortina, globulina ligadora de tiroxina e alfa-fetoproteína. 

Alfa-2 globulinas: A banda alfa-2 é constituída por haptoglobina, a alfa-2-macroglobulina, a ceruloplasmina, a eritropoetina e a colinesterase. 

Betaglobulinas: Compostas por um grupo heterogêneo de proteínas, que incluem a beta-lipoproteínas, transferrina e componente C3 do complemento. 

Gamaglobulinas: Fração constituída por imunoglobulinas (Igs) que são os anticorpos produzidos pelos plasmócitos.

 eletroforese de proteínas
Gráfico de eletroforese de proteínas normais.

ALGUMAS ALTERAÇÕES ELETROFORÉTICAS

Pico monoclonal: consiste no aumento homogêneo e fusiforme da fração gama, que representa a produção por um único clone plasmocitário de um tipo específico de imunoglobulina.

Pico policlonal: Representa resposta imunológica simultânea de diversos clones plasmocitários a determinado estímulo antigênico, seja inflamatório, imune ou infeccioso, tais como tuberculose, esquistossomose, calazar, sarcoidose, linfogranuloma venéreo, sífilis, artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e politransfusão de componentes sanguíneos, entre outros.

Síndrome nefrótica: A alfa-2-macroglobulina é uma das maiores proteínas globulínicas presentes no plasma e sua concentração eleva-se em torno de 10 vezes ou mais na síndrome nefrótica, quando são perdidas as outras proteínas de peso molecular mais baixo. Nessa situação, pode atingir nível sérico igual ou maior que a albumina.

Hipoalbuminemia: é uma condição altamente inespecífica e acompanha inúmeras doenças. Na eletroforese, pode se apresentar com um pico menor, significando queda em sua concentração sérica. Esse fato está relacionado a fatores comuns a diversas situações, como síntese prejudicada cirrose hepática e hepatite viral.

Para interpretar corretamente os resultados da eletroforese de proteínas séricas, é essencial compreender o significado de cada banda das frações proteicas. Por exemplo, a albumina pode ser afetada por mudanças na síntese direta ou indireta, além de ser influenciada pelo consumo reduzido de proteína devido a baixa ingestão, perda via proteinúria ou má absorção enteral.

As alfa-globulinas frequentemente apresentam níveis elevados em condições inflamatórias, infecciosas e imunológicas. O aumento das betaglobulinas geralmente reflete distúrbios no metabolismo lipídico ou dificuldades na excreção biliar, observadas em casos de colestase. Em contraste, um aumento na taxa de betaglobulina é comum em anemia ferropriva devido ao aumento na síntese de transferrina, enquanto uma diminuição pode ter significado prognóstico em condições crônicas.

As gamaglobulinas mostram aumento em resposta a reações inflamatórias, imunológicas ou infecciosas, sendo policlonais na maioria dos casos. No entanto, um aumento monoclonal pode indicar doenças linfoproliferativas como o mieloma múltiplo.

A eletroforese de proteínas é uma técnica essencial e versátil na pesquisa biomédica e biotecnológica, permitindo uma análise detalhada da composição proteica em amostras complexas. A interpretação dos padrões de pico não apenas revela a presença de proteínas específicas, mas também fornece informações cruciais sobre suas propriedades físico-químicas e possíveis funções biológicas. Esta técnica continua a evoluir com avanços na tecnologia de detecção e análise, tornando-se cada vez mais precisa e informativa para cientistas e profissionais da saúde.

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REFERÊNCIAS


BOTTINI, Paula Virginia. Testes laboratoriais para avaliação do componente monoclonal. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 29, p. 23-26, 2007.

SILVA, Roberta Oliveira de Paula; LOPES, Aline de Freitas; FARIA, Rosa Malena Delbone de. Eletroforese de proteínas séricas: interpretação e correlação clínica:[revisão]. Rev. méd. Minas Gerais, p. 116-122, 2008.

Motta, Valter T. (Valter Teixeira), 1943 Bioquímica clínica para o laboratório- princípios e interpretações J Valter T. Motta.- 5.ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2009.