ERITROPOETINA
A hematopoiese (formação e maturação das células sanguíneas) é um processo complexo que depende tanto das interações entre células quanto da presença de fatores de crescimento nos diversos microambientes do organismo, conhecidos como nichos hematopoéticos.
Esses fatores de crescimento são glicoproteínas produzidas pelas células do estroma, que desempenham um papel crucial na sobrevivência, proliferação e diferenciação dessas células. Classificados como citocinas e hormônios, esses fatores se ligam a receptores específicos nas superfícies das células-tronco e progenitoras, modulando suas funções de forma precisa e coordenada.
Dentre os principais fatores de crescimento envolvidos na hematopoese, destaca-se a eritropoetina (EPO).
O QUE É ERITROPOETINA:
A eritropoetina é uma glicoproteína, que atua diretamente na estimulação dos progenitores eritroides, promovendo a formação de eritroblastos, que posteriormente amadurecem em eritrócitos.
A produção de EPO ocorre predominantemente nos rins, especificamente pelas células adjacentes aos túbulos proximais, em resposta a estados de hipóxia renal. Assim, a eritropoetina funciona como um sinalizador essencial para a manutenção da produção de hemácias, ajustando sua liberação conforme a necessidade de oxigenação dos tecidos.
PROCESSO DE FORMAÇÃO E REGULAÇÃO:
A EPO é codificada por um gene no braço longo do cromossomo 7 (7q21), composto por cinco éxons que regulam sua expressão em resposta à hipóxia.
A principal estrutura responsável por essa regulação é um enhancer situado a 0,7 kb da região 3′ do gene, o qual contém três sítios críticos para a resposta à hipóxia, permitindo a ligação dos fatores HIF-2α (Hypoxia Inducible Factor), HNF-4 (Hepatic Nuclear Factor) e ARNT (Aryl Hydrocarbon Receptor Nuclear Translocator ou HIF-β).
A sirtuína-1, ativada pelo estresse hipóxico, aumenta a expressão do HIF-2α, estimulando a produção de EPO. O receptor de eritropoetina (EpoR), localizado no cromossomo 19 (19p13.3-p13.2), é uma glicoproteína transmembrana de 59 kDa que, ao se ligar à EPO, dimeriza e ativa a via JAK2.
Essa ativação desencadeia cascatas de sinalização envolvendo MAP quinase, AKT quinase e Stat5, promovendo a diferenciação eritroide. Sem a ativação do EpoR, os precursores eritroides entram em apoptose, comprometendo a produção de eritrócitos.
FUNÇÕES DA ERITROPOETINA:
Uma de suas principais ações é estimular a proliferação dos precursores eritroides na medula óssea, aumentando o número de mitoses e, consequentemente, a população de células precursoras. Além disso, a EPO acelera o processo de maturação celular, encurtando o tempo necessário para que os precursores se diferenciem em células maduras. Outro efeito importante da EPO é a estimulação da síntese de hemoglobina, contribuindo para a formação adequada dos eritrócitos e para a elevação do número de reticulócitos circulantes no sangue periférico.
- ELEVAÇÃO:
A produção aumentada de eritropoetina ocorre em resposta a condições de hipóxia renal, desencadeando a elevação do hematócrito, caracterizando um quadro de policitemia secundária. Esse fenômeno é frequentemente observado em diversas condições clínicas, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), cardiopatias congênitas cianóticas, apneia do sono, e hemoglobinopatias com aumento da afinidade pelo oxigênio. Além disso, fatores como tabagismo, metemoglobinemia hereditária e exposição a grandes altitudes também levam à intensificação da produção de EPO, como uma adaptação fisiológica à redução da disponibilidade de oxigênio.
- REDUÇÃO:
Por outro lado, a deficiência na produção de eritropoetina está associada a diversas condições patológicas, como insuficiência renal crônica, inflamações crônicas, doenças autoimunes, Aids e neoplasias. A diminuição da síntese de EPO em muitos desses casos pode estar relacionada à ação de citocinas inflamatórias, como a interleucina-1 (IL-1), que inibem a produção do hormônio.
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Referências:
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