erros pré-analíticos

Erros Pré-Analíticos: Impacto e Prevenção nos Resultados Laboratoriais

Resultados laboratoriais precisos são fundamentais para o diagnóstico e tratamento adequados de pacientes. No entanto, uma série de erros pode ocorrer antes mesmo das amostras de sangue ou outros fluidos serem processadas no laboratório; esses são os erros pré-analíticos. Este artigo explora os erros mais comuns e a importância de sua prevenção para garantir resultados laboratoriais confiáveis.

Erros Pré-Analíticos Comuns:

Identificação do Paciente: Erros na identificação do paciente causam troca de amostras, podendo causar resultados incompatíveis. É fundamental verificar cuidadosamente os dados do paciente, incluindo nome, data de nascimento e número de identificação.

Coleta de Amostras: A coleta inadequada de amostras, incluindo o uso de tubos de coleta incorretos, bem como a ordem incorreta, coleta insuficiente de sangue, contaminação ou hemólise da amostra, tempo de garroteamento, pode afetar os resultados. O garroteamento por tempo prolongado, por exemplo, pode levar a hemólise.

Preparação do Paciente: O estado de saúde do paciente, como jejum adequado ou o uso de medicamentos, pode influenciar os resultados de exames específicos. Falhas na comunicação sobre a preparação adequada e falta de informações na anamnese podem levar a resultados imprecisos.

Armazenamento e Transporte: A forma como as amostras são armazenadas e transportadas até o laboratório é relevante. Temperaturas inadequadas ou atrasos na entrega podem afetar a estabilidade dos componentes das amostras.

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Fatores Interferentes em Análises Clínicas:

Hemólise: A hemólise é a lise (quebra) anormal das hemácias, resultando na liberação de seus componentes, especialmente a hemoglobina, que leva à coloração rosada/avermelhada do soro e plasma. A classificação da hemólise pode variar em intensidade, indo desde leve até intensa. A interferência nos exames laboratoriais dependerá tanto do grau de hemólise na amostra quanto do analito sendo medido.

Lipemia: A lipemia causa opalescência pela absorção de luz pelas partículas lipídicas, que se tornam visíveis em soro ou plasma turvos após a centrifugação. Isso ocorre comumente devido a um jejum inadequado. Alguns exames podem apresentar níveis falsamente elevados; esses são: Colesterol, bilirrubina, albumina, fosfatase alcalina, AST, ALT, proteínas séricas, cálcio, amilase, lipase e testes de coagulação com detecção não mecânica.

Hiperbilirrubinemia: Essa condição acontece quando os níveis de bilirrubina ficam elevados, sendo até possível visualizar a coloração amarelada do soro/plasma. Lactato, fósforo e ácido úrico são exemplos de exames que podem sofrer interferência nos resultados.

Medicamentos: Alguns medicamentos, bem como a dose destes, podem interferir na análise, como, por exemplo, o LDH, que pode se apresentar falsamente diminuído em pacientes que fazem o uso de paracetamol.

É importante ressaltar que o método utilizado para dosagem dos analitos também é importante, visto que, em alguns métodos não ocorre a interferência.

Outros fatores pré-analíticos que podem interferir nos resultados:

O exercício físico, o uso de cigarros, o consumo de bebidas alcoólicas e o jejum também podem interferir nos resultados laboratoriais, por isso, é importante que o paciente seja orientado da maneira correta antes que seja realizada a coleta dos exames laboratoriais afim de evitar erros pré-analíticos.

Exercício físico: Pode elevar o lactato, CK, LDH, testosterona e outros.

Jejum: Um jejum com mais de 48 horas pode elevar a concentração de bilirrubina. Já em jejum que excede 72 horas, pode ocorrer diminuição dos níveis de glicose em pacientes do sexo feminino e pode haver aumento dos triglicérides, glicerol e ácidos graxos livres em pacientes do sexo masculino.

Consumo de bebidas alcoólicas: Pode aumentar os níveis de lactato, ácido úrico e triglicérides.

Uso de cigarros: Pode aumentar a carboxihemoglobina, catecolaminas, o cortisol sérico, o lactato, a insulina, a adrenalina, o hormônio do crescimento, Hb e outros.

Exames que podem sofrer interferência devido a horário, postura e estresse:

O cortisol atinge seu pico entre 4h e 6h e pode aumentar em casos de estresse, por isso, é recomendado que a coleta seja feita pela manhã. A atividade da renina pode aumentar com o estresse e se encontra mais baixa à noite, além dos níveis estarem mais altos em pacientes em pé do que deitados. A aldosterona e insulina se encontram em níveis mais baixos à noite, bem como a fosfatase alcalina e o GH. A T4 aumenta com a atividade física, e a prolactina com o estresse; já o ferro apresenta os níveis mais altos pela manhã.

Medidas de Prevenção dos Erros Pré-Analíticos:

Para evitar erros pré-analíticos, são necessárias várias medidas, como o treinamento adequado dos profissionais envolvidos no processo de coleta, a padronização dos procedimentos pré-analíticos, uma boa comunicação com o paciente para que seja bem orientado, dupla checagem da identificação das amostras, armazenamento e transporte adequados dos materiais biológicos.

Erros pré-analíticos são evitáveis, mas podem ter um impacto significativo nos resultados laboratoriais e na qualidade do atendimento ao paciente. Portanto, a prevenção desses erros por meio de procedimentos rigorosos, treinamento adequado e comunicação eficaz é fundamental para garantir resultados laboratoriais confiáveis e a segurança dos pacientes.

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Referências:

Laboratório na prática clínica : consulta rápida [recurso eletrônico] / Organizadores, Ricardo M. Xavier, José Miguel Dora, Elvino Barros. – 3. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2016. e-PUB.

PN-DST/AIDS/Ministério da Saúde. Técnicas para coleta de sangue.

COSTA, Vivaldo Gomes da; MORELI, Marcos Lázaro. Principais parâmetros biológicos avaliados em erros na fase pré-analítica de laboratórios clínicos: revisão sistemática. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 48, p. 163-168, 2012.