estreptolisina O
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ESTREPTOLISINA O

Uma Molécula Bacteriana com Implicações Clínicas Significativas

A estreptolisina O é uma toxina produzida pela bactéria Streptococcus pyogenes, uma bactéria Gram-positiva que causa diversas doenças em humanos, incluindo faringite, infecções de pele, febre reumática aguda, escarlatina, glomerulonefrite pós-estreptocócica, síndrome semelhante ao choque tóxico e fasciíte necrosante. A estreptolisina faz parte de seu arsenal de virulência da bactéria e existem dois tipos principais: estreptolisina O e estreptolisina S. Ambas têm a capacidade de causar danos às membranas celulares e são cruciais para a capacidade do Streptococcus pyogenes de causar infecções:

  • Estreptolisina O: É uma toxina oxigênio-sensível que é capaz de lisar as células vermelhas do sangue, levando à formação de zonas de beta-hemólise ao redor das colônias bacterianas em placas de ágar sangue.
  • Estreptolisina S: É uma toxina oxigênio-insensível que também é capaz de lisar as células vermelhas do sangue. No entanto, ao contrário da estreptolisina O, a estreptolisina S não exibe hemólise nas placas de ágar sangue devido à sua resistência ao oxigênio.
estreptolisina O
Streptococcus pyogenes em coloração de Gram.

Importância Clínica

A presença de estreptolisina no organismo pode indicar uma infecção por Streptococcus pyogenes, com implicações clínicas significativas:

  1. Infecções de Garganta (Faringite Estreptocócica): A detecção de estreptolisina O ou S é um indicador importante para o diagnóstico de faringite estreptocócica. 
  2. Outras Infecções: Além da faringite estreptocócica, o Streptococcus pyogenes pode causar uma variedade de outras infecções, incluindo infecções de pele e tecidos moles, fasciíte necrosante, impetigo e celulite.
  3. Complicações Pós-Infecciosas: Em alguns casos, infecções por Streptococcus pyogenes podem levar a complicações pós-infecciosas graves, como febre reumática e glomerulonefrite. A detecção de estreptolisina pode ajudar na identificação precoce dessas infecções e na prevenção de complicações subsequentes.

Técnicas de Detecção

Existem várias técnicas para detectar a presença de estreptolisina em amostras clínicas:

  • Teste de Hemólise em Placas de Ágar Sangue: Este é um método simples e rápido para identificar a presença de estreptolisina. As colônias bacterianas são cultivadas em placas de ágar sangue, e a formação de zonas de hemólise ao redor das colônias indica a presença de estreptolisina.
estreptolisina O
Streptococcus pyogenes em ágar sangue (direita). Tensão de controle negativo à esquerda. Fonte: The Microbial Menagerie. Disponível em: https://microbialmenagerie.com/streptococcus-pyogenes-the-clot-buster/

Testes Imunológicos: Existem testes imunológicos disponíveis para detectar anticorpos contra estreptolisina no soro do paciente. Estes testes podem ser úteis para confirmar infecções recentes por Streptococcus pyogenes. Como a técnica em látex ASLO, que é baseada na aglutinação de partículas de látex sensibilizadas com estreptolisina O na presença de amostras de soro do paciente.

estreptolisina O
Teste ASLO positivo.

Conclusão

A estreptolisina é uma molécula bacteriana com implicações clínicas importantes, especialmente na identificação e diagnóstico de infecções por Streptococcus pyogenes. Sua detecção pode orientar o tratamento e o manejo clínico de uma variedade de condições, desde infecções de garganta até complicações pós-infecciosas graves. O desenvolvimento contínuo de técnicas de detecção e análise promete melhorar ainda mais nossa compreensão da estreptolisina e sua importância na prática clínica. Diversos meios de diagnósticos estão disponíveis e podem auxiliar no manejo como a própria cultura em ágar sangue, ou testes imunológicos como a técnica em látex para o Antiestreptolisina O (ASLO).

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Referências

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MANSANO, Elaine Sciunite Benites; DE PAULA RAMOS, Edivan Rodrigo. Prevalência de Streptococcus pyogenes em secreção de orofaringe de acadêmicos da área da saúde. Saúde e Pesquisa, v. 3, n. 2, 2010.

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