estresse oxidativo
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ESTRESSE OXIDATIVO

Marcadores Sorológicos

O estresse oxidativo é uma condição fisiopatológica caracterizada pelo desequilíbrio entre a produção de espécies reativas, como os radicais livres, e a capacidade antioxidante do organismo em neutralizá-las. Esse desequilíbrio resulta em danos a componentes celulares, incluindo lipídios, proteínas e DNA, e desempenha um papel crucial no desenvolvimento de várias doenças, como câncer, doenças neurodegenerativas, doenças cardiovasculares, diabetes e no envelhecimento precoce.

estresse oxidativo

Principais Moléculas Envolvidas no Estresse Oxidativo

As espécies reativas de oxigênio (EROs) e de nitrogênio (ERNs) são os principais tipos de moléculas associadas ao estresse oxidativo. As EROs incluem peróxidos e radicais livres, enquanto as ERNs incluem moléculas como o óxido nítrico e seus derivados. O organismo possui sistemas antioxidantes, tanto enzimáticos quanto não enzimáticos, que agem para neutralizar essas espécies reativas.

Principais Marcadores Sorológicos do Estresse Oxidativo

  1. Malondialdeído (MDA): O MDA é um subproduto da peroxidação lipídica, processo no qual os radicais livres atacam os lipídios das membranas celulares, causando sua degradação. O MDA é amplamente utilizado como um marcador de dano oxidativo aos lipídios, e níveis elevados de MDA no soro ou plasma estão associados a condições como aterosclerose, doenças hepáticas e câncer.
  2. Espécies Reativas de Nitrogênio (ERNs): As ERNs, como o óxido nítrico (NO) e o peroxinitrito (ONOO−), podem interagir com lipídios, proteínas e DNA, causando danos oxidativos. O NO é essencial para funções fisiológicas como vasodilatação e neurotransmissão, mas pode formar compostos reativos prejudiciais em excesso. A presença de nitritos/nitratos e produtos da nitratação de proteínas são comumente usados como marcadores indiretos de ERNs, com elevações associadas a inflamações e doenças cardiovasculares.
  3. Glutationa (GSH e GSSG): A glutationa é um dos principais antioxidantes intracelulares, com a forma reduzida (GSH) sendo a ativa e a forma oxidada (GSSG) resultando da neutralização de espécies reativas. A relação GSH/GSSG é um indicador do estado redox celular, e uma diminuição nos níveis de GSH ou um aumento na relação GSSG/GSH indicam um aumento do estresse oxidativo. Alterações nesses níveis estão frequentemente associadas a doenças como diabetes, doenças hepáticas e câncer.
  4. Proteínas Carboniladas: As proteínas carboniladas são formadas quando proteínas sofrem oxidação por radicais livres. Esse acúmulo é um marcador confiável de dano oxidativo às proteínas, e é mais estável do que outros tipos de danos oxidativos. O aumento dos níveis de proteínas carboniladas é comum em condições como envelhecimento, doenças neurodegenerativas e estresse metabólico.
  5. F2-Isoprostanos: Os F2-isoprostanos são produtos da peroxidação não enzimática do ácido araquidônico, um componente essencial das membranas celulares. Eles são marcadores altamente sensíveis e específicos de peroxidação lipídica in vivo. A vantagem dos F2-isoprostanos é sua estabilidade, facilitando a detecção em fluidos biológicos como plasma e urina. Níveis elevados de F2-isoprostanos estão relacionados a doenças cardiovasculares, Alzheimer e insuficiência renal.
  6. Enzimas Antioxidantes: As enzimas antioxidantes desempenham um papel crucial na defesa contra o estresse oxidativo. As principais incluem:
    • Superóxido Dismutase (SOD): Catalisa a conversão do radical superóxido em peróxido de hidrogênio.
    • Catalase (CAT): Decompõe o peróxido de hidrogênio em água e oxigênio.
    • Glutationa Peroxidase (GPx): Reduz o peróxido de hidrogênio e outros hidroperóxidos, utilizando a glutationa como substrato.
  7. A avaliação da atividade dessas enzimas no soro ou plasma é amplamente utilizada para determinar a capacidade antioxidante do organismo. A diminuição na atividade dessas enzimas está associada a condições de estresse oxidativo crônico.
  8. Ácido Úrico: O ácido úrico atua como um antioxidante não enzimático no plasma, neutralizando radicais livres. Embora em níveis normais seja benéfico, a elevação excessiva pode resultar na formação de cristais, levando a condições como gota e nefropatia urática. Níveis elevados de ácido úrico também estão associados a um risco maior de doenças cardiovasculares e síndrome metabólica.

Conclusão

O estresse oxidativo desempenha um papel significativo na fisiopatologia de várias doenças, e a medição de seus marcadores sorológicos é essencial para entender seu impacto no organismo. O monitoramento desses marcadores oferece uma visão abrangente dos mecanismos de dano oxidativo e da capacidade antioxidante do corpo, sendo uma ferramenta valiosa tanto para a pesquisa biomédica quanto para o manejo clínico de doenças associadas ao estresse oxidativo.

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Referências

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