Alterações Hematológicas na Febre Amarela
A febre amarela é uma doença viral grave transmitida por mosquitos. Por esse motivo, destaca-se como uma das arboviroses mais temidas, devido ao seu potencial letal. Além disso, com ciclos epidemiológicos distintos, a febre amarela pode afetar tanto áreas urbanas quanto silvestres, a depender dos mosquitos vetores e dos hospedeiros envolvidos. Consequentemente, esse diferencial de ciclo é fundamental para os esforços de controle da doença, bem como para a aplicação de estratégias eficazes de prevenção e vigilância epidemiológica.
No que diz respeito à manifestação clínica, a febre amarela é bastante diversa. Os sintomas iniciais incluem, principalmente, febre alta, calafrios e dor de cabeça intensa. Posteriormente, a evolução para quadros graves pode apresentar sinais de insuficiência hepática e renal, além de manifestações hemorrágicas. Diante desse cenário, as alterações hematológicas desempenham um papel essencial. Não apenas no diagnóstico, mas também na avaliação da gravidade e no acompanhamento do paciente durante a evolução da doença.
Sintomas da Febre Amarela
Os sintomas da febre amarela podem surgir subitamente após um período de incubação que varia de 3 a 6 dias. Inicialmente, os primeiros sinais geralmente incluem febre alta, dor de cabeça intensa, calafrios, prostração e dores musculares, especialmente localizadas nas panturrilhas. Com o avanço da infecção, no entanto, podem ocorrer complicações mais graves.
Entre essas complicações, destaca-se a icterícia, que se manifesta como uma coloração amarelada da pele e dos olhos. Além disso, sinais hemorrágicos também podem surgir, como epistaxe (sangramento nasal), hematêmese (vômito com sangue), melena (fezes escurecidas pela presença de sangue) e petéquias (pequenos pontos vermelhos na pele provocados pelo rompimento de vasos sanguíneos).
Como se não bastasse, sinais de comprometimento renal, como oligúria (diminuição do volume urinário) e anúria (ausência de urina), podem ser observados. Tais manifestações indicam o agravamento do quadro clínico e reforçam a natureza severa da febre amarela. Diante disso, torna-se evidente a necessidade urgente de diagnóstico preciso e intervenção médica oportuna.
Alterações Hematológicas na Febre Amarela
Leucopenia e Neutropenia Durante a evolução da febre amarela, um dos primeiros achados laboratoriais é, geralmente, a leucopenia, caracterizada por uma redução significativa no número de leucócitos, que pode variar entre 1.500 e 2.500 células/µL. Por sua vez, esse fenômeno está associado à supressão inicial do sistema imunológico. Posteriormente, em estágios mais avançados da doença, a leucopenia pode evoluir para leucocitose, refletindo, assim, a resposta inflamatória do organismo.
Plaquetopenia A plaquetopenia é um achado comum, especialmente nos casos graves, e está frequentemente associada à coagulação intravascular disseminada (CIVD). Portanto, esse quadro resulta do consumo excessivo de plaquetas e fatores de coagulação. Por consequência, pode haver uma maior predisposição a sangramentos e complicações hemorrágicas.
Alterações nos Níveis de Hemoglobina e Hematócrito A princípio, observa-se um aumento nos níveis de hemoglobina e hematócrito, muitas vezes relacionado à desidratação e à resposta inflamatória do corpo. No entanto, à medida que a doença avança, especialmente nos casos hemorrágicos, o quadro clínico pode resultar em hemorragias e uma subsequente redução nos níveis de hemoglobina e hematócrito, caracterizando uma hemodiluição.
Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) Nos casos mais graves de febre amarela, a ativação descontrolada da cascata de coagulação pode resultar em CIVD, uma condição clínica grave. Nesse sentido, é caracterizada por um desequilíbrio entre a formação e a degradação de coágulos sanguíneos, o que pode levar a hemorragias extensas e falência de múltiplos órgãos. Dessa forma, assim os achados laboratoriais típicos incluem prolongamento do tempo de protrombina (TP) e do tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA), redução nos níveis de fibrinogênio, além de um aumento nos níveis de D-dímero e a presença de produtos de degradação da fibrina, sinais claros de ativação fibrinolítica.
Conclusão
Por fim, as alterações hematológicas na febre amarela desempenham um papel crucial na avaliação clínica da doença, oferecendo, além disso, importantes informações sobre a gravidade da infecção e ajudando a guiar as decisões terapêuticas. Dentre elas, a leucopenia, a plaquetopenia, os distúrbios de coagulação e os sinais de CIVD são evidências claras de que o impacto sistêmico do vírus é profundo. Logo, a monitorização laboratorial constante torna-se essencial para o manejo adequado do paciente.
Além disso, esse entendimento detalhado sobre as alterações hematológicas é fundamental para a atuação de profissionais da saúde, incluindo médicos, enfermeiros e analistas clínicos, no cuidado a pacientes com febre amarela. É essencial que a vigilância epidemiológica seja constante, com o objetivo de identificar rapidamente novos casos e implementar medidas preventivas eficazes, reduzindo assim os impactos da doença.
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Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Manejo Clínico da Febre Amarela. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2020.
SILVA, Paulo Henrique da et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.