O PAPEL DO GLUCAGON NO DIABETES
O diabetes é uma das doenças metabólicas mais estudadas, e a insulina sempre foi o centro das atenções. Mas e se outro hormônio também desempenhasse um papel crucial na progressão da doença? O glucagon, muitas vezes ignorado, é um protagonista silencioso no descontrole glicêmico. A bioquímica clínica tem mostrado que o desequilíbrio entre insulina e glucagon pode ser um dos fatores-chave na hiperglicemia crônica.

Glucagon e seu papel no metabolismo da glicose:
O glucagon é um hormônio hiperglicemiante secretado pelas células α do pâncreas. Sua função é evitar quedas extremas da glicemia, ativando processos que liberam glicose para o sangue:
- Glicogenólise – Quebra do glicogênio hepático em glicose.
- Gliconeogênese – Produção de glicose a partir de substratos não glicídicos.
- Lipólise e Cetogênese – Uso de ácidos graxos para fornecer energia quando a glicose está baixa.
Nos indivíduos saudáveis, o equilíbrio entre insulina e glucagon mantém os níveis de glicose dentro da normalidade. Mas no diabetes, esse sistema se desregula.
O que acontece com o glucagon no diabetes?
Diabetes tipo 1:
- O pâncreas perde a capacidade de produzir insulina devido à destruição das células β;
- Sem insulina para conter o glucagon, o hormônio permanece alto mesmo sem necessidade;
- Resultado: O fígado continua liberando glicose sem controle → Hiperglicemia crônica.
Diabetes tipo 2:
- Consequência: A hiperglicemia persiste, tornando o controle glicêmico mais desafiador.
- Ocorre resistência à insulina, dificultando a resposta celular ao hormônio;
- O glucagon não é suprimido corretamente, resultando em liberação excessiva de glicose hepática;
EXAMES LABORATORIAIS: AVALIAÇÃO DO GLUCAGON
Dosagem de glucagon plasmático:
– Mede os níveis basais do hormônio no sangue;
– Em pacientes diabéticos, pode estar elevado, indicando desregulação metabólica;
– Utilizado para compreender a resposta pancreática na homeostase glicêmica.
Curva glicêmica com resposta do glucagon:
– Analisa a supressão do glucagon após a ingestão de glicose;
– No diabetes tipo 2, a falha na supressão do glucagon pode indicar resistência insulínica severa;
Hemoglobina glicada (HbA1c):
– Reflete a média da glicemia nos últimos 2-3 meses;
– Indiretamente correlacionada com a secreção desregulada do glucagon;
– Essencial para avaliar a eficácia de terapias baseadas no eixo insulina-glucagon.
Teste de resistência insulínica (HOMA-IR):
– Calculado a partir da glicemia e insulinemia em jejum;
– Ajuda a estimar a função das células β e a sensibilidade à insulina;
– Importante para correlacionar resistência insulínica e hiperprodução de glucagon.
A interpretação correta desses exames permite um diagnóstico mais preciso e possibilita intervenções terapêuticas personalizadas. Profissionais capacitados em bioquímica clínica têm um papel fundamental na aplicação desses testes para otimizar o manejo do diabetes e no desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas.
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Referências:
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