Entendendo as Granulações Grosseiras nos Neutrófilos

Os neutrófilos são células essenciais para a defesa do organismo, sendo, além disso, as mais maduras da série mieloide e representando mais da metade dos leucócitos circulantes em adultos saudáveis. Sua função principal é combater processos infecciosos. Entretanto, em determinadas circunstâncias, podem ocorrer alterações morfológicas nessas células, como o surgimento de granulações grosseiras.

Por isso, é crucial que os analistas clínicos a reconheçam durante a análise. Neste artigo, exploraremos, portanto, esse tipo de alteração tão frequente.

Características Morfológicas dos Neutrófilos

Os neutrófilos, um tipo importante de células brancas, apresentam uma característica distintiva em seu núcleo. De fato, esse núcleo é composto por três a quatro lóbulos que se conectam, além disso, através de filamentos de cromatina.

Vale destacar que essa cromatina é condensada. Além disso, o citoplasma dessas células também possui características notáveis. É claro que ele apresenta uma coloração rosada e homogênea, devido à presença de granulações secundárias específicas.

Imagem 1. Neutrófilos

A granulação grosseira, também conhecida como hipergranulação, é uma alteração morfológica que pode ocorrer nos neutrófilos. Essa peculiaridade, portanto, se manifesta através da presença de grânulos maiores e mais basófilos em comparação aos grânulos normais encontrados nessas células de defesa. 

Além disso, essa característica nos grânulos ocorre devido a uma alteração morfológica distintiva, na qual os neutrófilos continuam apresentando os grânulos primários azurofílicos, semelhantes aos encontrados nos promielócitos, mesmo em um estágio mais avançado de maturação. De fato, esse processo de maturação acelerada contribui para a ocorrência desse fenômeno, conferindo aos neutrófilos uma aparência diferenciada durante a análise microscópica.

Imagem 2. Neutrófilos com granulações grosseiras

Causas das Granulações Grosseiras

A granulopoiese constantemente estimulada, como acontece em processos inflamatórios, por exemplo, pode levar à diminuição do estágio intermítico e à redução do tempo de maturação das células precursoras, resultando, assim, na liberação dos neutrófilos na corrente sanguínea com a granulação primária. 

Esse fenômeno é, portanto, mais comum em casos de infecções bacterianas e outras inflamações. Contudo, também pode ocorrer em situações como a administração de fatores estimuladores de colônias de granulócitos, reações leucemoides neutrofílicas, gravidez, queimaduras, entre outras.

Identificação em Lâmina das Granulações Grosseiras

Para identificar neutrófilos com granulações grosseiras, é necessário, primeiramente, observar cuidadosamente a coloração das células. Contudo, por vezes, a coloração inadequada pode indicar a presença dessa alteração, mesmo que ela não esteja de fato presente. Além disso, não existe uma regra específica para sua ocorrência, pois essa modificação pode ocorrer em neutrófilos altos, normais ou baixos, desde que haja um processo de maturação desordenada das células.

Conclusão

Por fim, o reconhecimento cuidadoso dessa característica é essencial para a correta interpretação laboratorial e pode fornecer importantes pistas diagnósticas. Assim, a identificação precisa das granulações grosseiras em neutrófilos contribui significativamente para a avaliação clínica de diversas condições patológicas, destacando a importância da análise morfológica detalhada no contexto hematológico.

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Referências:

Bain, Barbara J. Células sanguíneas: um guia prático [recurso eletrônico] / Barbara J. Bain ; [tradução: Renato Failace]. – 5. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2016.

SALGADO, Danielle Nazaré S. et al. Importância da presença de granulações tóxicas para o diagnóstico hematológico de septicemia. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 29, p. 373-377, 2007.