granulações tóxicas

O Que São Granulações Tóxicas nos Neutrófilos?

Os neutrófilos são células essenciais para a defesa do organismo, sendo as mais maduras da série mielóide e representando mais da metade dos leucócitos circulantes em adultos saudáveis. Sua função principal é combater processos infecciosos. Entretanto, em determinadas circunstâncias, podem ocorrer alterações morfológicas nessas células, e é crucial que os analistas clínicos as reconheçam. Neste artigo, exploraremos uma alteração frequente nos neutrófilos: as granulações tóxicas.

Características Morfológicas dos Neutrófilos

Os neutrófilos, um tipo importante de células brancas, apresentam uma característica distintiva em seu núcleo. Esse núcleo é composto por três a quatro lóbulos que se conectam através de filamentos de cromatina. Vale destacar que essa cromatina é condensada. Além disso, o citoplasma dessas células também possui características notáveis. É claro, com uma coloração rosada e homogênea, devido à presença de granulações secundárias específicas.

Granulação Tóxica: O Que Significa?

A granulação tóxica, também conhecida como hipergranulação ou granulações grosseiras, é uma alteração morfológica que pode ocorrer nos neutrófilos. Essa peculiaridade se manifesta através da presença de grânulos maiores e mais basófilos em comparação aos grânulos normais encontrados nessas células de defesa.

O que torna a granulação tóxica uma alteração morfológica distintiva é o fato de os neutrófilos continuarem apresentando os grânulos primários azurofílicos, semelhantes aos encontrados nos promielócitos, mesmo em um estágio mais avançado de maturação. Esse processo de maturação acelerada contribui para a ocorrência desse fenômeno, conferindo aos neutrófilos uma aparência diferenciada durante a análise microscópica.

Causas das Granulações Tóxicas

A granulopoiese constantemente estimulada, como acontece em processos inflamatórios, por exemplo, pode levar à diminuição do estágio inter mitótico e redução do tempo de maturação das células precursoras, resultando na liberação dos neutrófilos na corrente sanguínea com a granulação primária.

Esse fenômeno é mais comum em casos de infecções bacterianas e outras inflamações, mas também pode ocorrer em situações como administração de fatores estimuladores de colônias de granulócitos, reações leucemoides neutrofílicas, gravidez, queimaduras, entre outras.

Identificação das Granulações Tóxicas

Para identificar neutrófilos com granulações tóxicas, é necessário observar cuidadosamente a coloração das células. Por vezes, a coloração inadequada pode indicar a presença dessa alteração mesmo que ela não esteja de fato presente. Não existe uma regra específica para sua ocorrência, e essa modificação pode ocorrer em neutrófilos altos, normais ou baixos, desde que haja um processo de maturação desordenada das células.

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Referências

Bain, Barbara J. Células sanguíneas: um guia prático [recurso eletrônico] / Barbara J. Bain ; [tradução: Renato Failace]. – 5. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2016.

SALGADO, Danielle Nazaré S. et al. Importância da presença de granulações tóxicas para o diagnóstico hematológico de septicemia. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 29, p. 373-377, 2007.