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QUALIDADE LABORATORIAL PARA TESTES DE HEMOSTASIA

Os serviços prestados pelo laboratório clínico são essenciais para garantir um diagnóstico preciso e consequentemente um tratamento adequado ao paciente. Portanto, o objetivo dessas instituições é assegurar um atendimento ágil e seguro, concedendo a liberação de laudos confiáveis que possam direcionar a tomada de decisão do profissional de saúde responsável. Particularmente, setores especializados como o de hemostasia, responsáveis por exames que avaliam a hemostasia, estão sujeitos a uma série de variáveis que podem comprometer a integridade da amostra e assim produzir erros na análise laboratorial.

Decerto, para atingir um padrão de excelência, os laboratórios devem seguir normas rigorosas e adotarem estratégias que minimizem ou eliminem erros os quais podem afetar negativamente os resultados emitidos.  

Tubos para exames de hemostasia.

Fluxo de trabalho de laboratórios

A rotina laboratorial, portanto, é organizada em três fases distintas: a pré-analítica, que faz menção às etapas anteriores à análise; a fase analítica, condizente ao processamento das amostras; e a fase pós-analítica, que contempla ações posteriores à obtenção dos resultados.

À vista disso, prezar pelo controle das variáveis pré-analíticas exige um cuidado mais crítico, pois a confiabilidade dos resultados dos testes de hemostasia está diretamente associada a esses processos. Considerando cada etapa, destaca-se os detalhes associados ao transporte e por consequência o armazenamento das amostras, processo determinante para qualidade e eficiência diagnóstica.

Transporte e estocagem de materiais biológicos para testes de hemostasia

A padronização dos procedimentos de transporte e estocagem das amostras é um fator primordial na manutenção da precisão dos resultados laboratoriais, logo algumas observações e recomendações precisam ser explicitadas.

Recomendações em hemostasia – fonte: https://bvsms.saude.gov.br

Considerações especiais para testes de hemostasia:

  • Intervalos de tempo prolongado para processamento de sangue total devem ser evitados, a fim de não provocar hemólise da amostra.
  • Descongelamento das amostras deve ser realizado em banho-maria – temperatura de 37ºC entre 4 a 5 minutos, além de serem homogeneizadas após finalizado o processo.
  • Amostras que estiverem mantidas sob temperatura ambiente é recomendável que o tubo não seja aberto, isso porque, evitará a contaminação bacteriana e também a alteração do pH.
  • Realizar o transporte das amostras evitando ou minimizando ao máximo a agitação e vibração dos tubos.
  • Amostras que forem submetidas ao congelamento devem ser pobres em plaquetas, abaixo de 10 mil/mm3.
  • Em casos de transporte de amostras para quantificação de inibidores de fatores, não há necessidade de congelar o plasma, somente mantê-lo sob refrigeração.
  • O profissional não deve fracionar as amostras utilizadas para o controle de heparina. Em vez disso, deve centrifugá-las em até 1 hora após a coleta, pois as plaquetas liberam o fator plaquetário 4 (PF4), que possui ação neutralizadora da heparina. Além disso, é necessário processar o TTPA em até 4 horas após a coleta.
  • O estoque do plasma em temperatura de -20ºC é inadequado para os fatores de coagulação, com ênfase do fator VIII, pelo rápido decaimento da atividade nessas condições.
  • Amostras em que serão dosados os fatores de coagulação devem ser transportadas em gelo seco ou congeladas em bloco de gelo para que cheguem ao local de processamento ainda congeladas.
  • O profissional deve coletar o sangue próximo ao local da análise no teste de função plaquetária, pois o transporte pode ativar as plaquetas e comprometer os resultados.
  • Não é recomendável realizar o congelamento e o descongelamento da amostra repetitivamente, orienta-se que só deve ocorrer uma única vez.

Conclusão

Concluindo, quando a implementação de práticas rigorosas é descumprida essa ação acaba por gerar falhas que incidem diretamente no viés analítico. O transporte e o acondicionamento inadequados das amostras biológicas podem invalidar os resultados expressos, provocar diagnósticos imprecisos e expor o paciente a riscos. Por isso, todos os profissionais envolvidos devem seguir as normas para garantir a integridade e assumir a responsabilidade pelo serviço prestado.

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Referências:

COLETA, CONSERVAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE AMOSTRAS DESTINADAS AO COAGULOGRAMA – PONTOS CRÍTICOS PRÉ-ANALÍTICOS NO DIAGNÓSTICO DE DISTÚRBIOS DE COAGULAÇÃO 1. INTRODUÇÃO. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://www.tecsa.com.br/assets/pdfs/Coleta%2C%20Conservacao%20e%20Armazenamento%20de%20Amostras%20Destinadas%20ao%20Coagulograma.pdf>. Acesso em: 11 abr. 2025.

MINISTÉRIO, D.; SAÚDE. Laboratório de Hemostasia Gestão da fase pré-analítica: MINIMIZANDO ERROS. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/laboratorio_hemostasia_gestao_fase_pre_analitica.pdf>.

MINISTÉRIO, D.; SAÚDE. Manual de Diagnóstico Laboratorial das Coagulopatias Hereditárias e Plaquetopatias. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_diagnostico_coagulopatias_hereditarias_plaqueopatias.pdf>.

SOUSA, Ana Claudia Nascimento; JUNIOR, Omero Martins Rodrigues. Principais erros na fase pré-analítica de exames laboratoriais: uma revisão bibliográfica integrativa. Research, Society and Development, v. 10, n. 15, p. e261101523662-e261101523662, 2021.