Hepatites: Desvendando os Exames Laboratoriais
As hepatites são inflamações do fígado que podem ter diferentes causas, entre elas os vírus. A identificação e diagnóstico preciso são fundamentais para o tratamento eficaz. Neste artigo, exploraremos os exames laboratoriais utilizados para detectar e monitorar as hepatites virais, fornecendo uma visão abrangente para profissionais de análises clínicas.
Antígenos e Anticorpos nas Hepatites:
Os testes de anticorpos são uma das ferramentas para identificar a presença de hepatites virais no organismo. Para a Hepatite A, o anti-HAV IgM é indicado, enquanto para Hepatite B, anti-HBc, anti-HBs são examinados. Na Hepatite C, o anti-HCV é um marcador importante.
A presença de antígenos específicos ajuda a diferenciar entre os vírus. O HBsAg, um antígeno da superfície do vírus da hepatite B é um exemplo, indicando infecção atual ou pregressa.
Função Hepática:
Enzimas da classe das aminotransferases – alanina aminotransferase ou transaminase glutâmico-pirúvica (ALT ou TGP) e aspartato aminotransferase ou transaminase glutâmico-oxalacética (AST ou TGO) – são marcadores sensíveis para detecção de lesão do parênquima hepático, porém não são específicas para nenhum tipo de hepatite, a elevação dos níveis destas enzimas, não guarda correlação direta com a gravidade da doença e podem elevar-se dez vezes acima do limite superior da normalidade em fases agudas.
Algumas alterações inespecíficas, como elevação das bilirrubinas, fosfatase alcalina e discreta linfocitose podem ser percebidas. Embora não sejam marcadores específicos para os casos de hepatites virais, as alterações nos testes de função hepática indicam a necessidade de investigar a origem dessas alterações, que, entre outras possibilidades, podem ser causadas pelos vírus das hepatites A, B, C, D ou E.
Exames Laboratoriais nas Hepatites:
Para a Hepatite C, a genotipagem do vírus auxilia na orientação do tratamento. Diferentes genótipos podem responder de maneira variada às terapias antivirais, exigindo uma abordagem personalizada.
A quantificação da carga viral também é necessária, especialmente para Hepatite B e C, a fim de auxiliar na avaliação da progressão da doença e na eficácia do tratamento.
A avaliação da fibrose hepática é usada para monitorar a progressão da doença. Testes como a elastografia hepática ou marcadores de fibrose tem seu papel na determinação do grau de fibrose presente no fígado.
Verificar a resposta imunológica à vacinação contra Hepatite B é importante, especialmente em grupos de risco. Os testes de anticorpos anti-HBs, se positivos, confirmam a eficácia da vacinação.
Exames laboratoriais desempenham um papel central na detecção, diagnóstico e monitoramento das hepatites. A execução e interpretação adequada dos resultados por profissionais de análises clínicas orienta ações terapêuticas e previne complicações. Uma abordagem integrada, envolvendo diferentes marcadores, oferece uma visão completa da condição hepática do paciente, permitindo intervenções oportunas e personalizadas.
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Referências:
FLEURY. Investigação das Hepatites Virais. Disponível em: https://www.fleury.com.br/medico/artigos-cientificos/investigacao-das-hepatites-virais. Acesso em: 15 jan. 2023.
Fluxograma de Investigação Laboratorial das Hepatites Virais na Atenção Básica. Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. Disponível em: https://www.saude.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/documento/2020-04/fluxogramadeinvestigacaolaboratorialdashepatitesviraisnaatencaobasica.pdf. Acesso em: 15 jan. 2023.
