HIPOALBUMINEMIA

HIPOALBUMINEMIA COMO MARCADOR PROGNÓSTICO DA DENGUE

A infecção por dengue continua sendo uma preocupação global de saúde pública, e a compreensão dos fatores que influenciam sua progressão é crucial. A dengue, uma doença viral transmitida por mosquitos, afeta milhões de pessoas anualmente. A hipoalbuminemia, caracterizada pela redução nos níveis de albumina no sangue, emergiu como um possível indicador da gravidade da infecção por dengue.

hipoalbuminemia

Papel da albumina no organismo

A albumina é uma proteína plasmática sintetizada pelo fígado e desempenha papéis fundamentais no organismo humano. É a principal proteína encontrada no plasma sanguíneo e desempenha diversas funções vitais para a manutenção da homeostase como:

  • Manutenção da Pressão Oncótica: É essencial para a manutenção da pressão oncótica do plasma sanguíneo. Ela exerce uma pressão coloidosmótica que ajuda a reter água dentro dos vasos sanguíneos, evitando que ela vaze para os tecidos extravasculares.
  • Transporte de Substâncias: Atua como um transportador para diversas substâncias no sangue. Ela se liga a hormônios, íons, bilirrubina, ácidos graxos e medicamentos, facilitando seu transporte na corrente sanguínea.
  • Regulação da Osmolaridade: Auxilia na manutenção do equilíbrio entre os solutos presentes no sangue. Esse equilíbrio é vital para garantir a estabilidade do ambiente interno das células e tecidos.
  • Reserva Proteica: Fonte de aminoácidos em situações de jejum prolongado ou em estados catabólicos. Quando necessário, o organismo pode quebrar a albumina em seus componentes constituintes, fornecendo aminoácidos para a síntese de outras proteínas essenciais.

A correlação entre a hipoalbuminemia e a dengue

Durante a infecção por dengue, ocorre uma vasculopatia, que afeta a integridade dos vasos sanguíneos. A permeabilidade vascular aumentada leva a extravazamento de fluidos, proteínas e, consequentemente, de albumina para o tecido extravascular. 

Essa perda de albumina resulta em hipoalbuminemia e contribui para a diminuição da pressão oncótica, favorecendo o desenvolvimento de edema e outros sintomas.

Outra complicação é que a albumina desempenha um papel crucial na modulação da coagulação sanguínea e na regulação da resposta inflamatória, e a hipoalbuminemia pode contribuir para distúrbios hemorrágicos e aumento da inflamação observados em casos graves de dengue. 

A redução nos níveis de albumina pode comprometer a capacidade do organismo de regular a cascata de coagulação e controlar a resposta inflamatória, agravando os sintomas da doença.

A dengue pode também desencadear estresse oxidativo, levando ao dano celular. A albumina desempenha um papel na defesa antioxidante, e sua redução pode contribuir para um ambiente pró-oxidante, aumentando ainda mais o dano celular e agravando os sintomas da infecção.

A dengue pode comprometer a integridade da barreira endotelial, facilitando a migração de células e proteínas, incluindo a albumina, para os tecidos periféricos. Esse comprometimento contribui para a hipoalbuminemia e para os distúrbios circulatórios associados à infecção.

Conclusão

Em conjunto, esses mecanismos biológicos refletem a complexidade da relação entre hipoalbuminemia e a infecção por dengue. A compreensão desses processos é essencial para desenvolver estratégias de tratamento e intervenções clínicas eficazes para casos de dengue mais graves.

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Referências

BRITO, Carlos AA; ALBUQUERQUE, Maria de Fátima MP; LUCENA-SILVA, Norma. Evidência de alterações de permeabilidade vascular na dengue: quando a dosagem de albumina sérica define o quadro. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 40, p. 220-223, 2007.

RIVAS GARCÍA, Hermilly V.; ROJAS PAREDES, Dessireth de J. Dengue: Hipoalbuminemia e elevação da enzima lactato desidrogenase como fatores associados a severidade. 2016. Tese de Doutorado.