LINFOMA DE CÉLULAS DO MANTO

LINFOMA DE CÉLULAS DO MANTO

Morfologia Celular e patogênese

O linfoma de células do manto representa cerca de 6% dos linfomas não-Hodgkin, são uma neoplasia linfoide, atualmente incurável e de comportamento agressivo, com sobrevida média de três a cinco anos. Os pacientes são comumente masculinos, com idade mediana de 60 anos, apresentando como principais sintomas linfadenomegalia generalizada, esplenomegalia e infiltração da medula óssea. Pode haver envolvimento do trato gastrointestinal com múltiplos pólipos linfomatosos. 

Agentes infecciosos ou inflamatórios, doenças associadas, exposição ambiental à radiação, toxinas, medicamentos, álcool ou drogas não parecem ter clara relação com a patogênese do LCM. Entretanto, indivíduos com história familiar de neoplasia hematológica apresentam risco duas vezes maior de desenvolver LCM se comparados com a população em geral.

Alterações Genéticas

A alteração genética primária é a translocação entre o gene responsável pela síntese da cadeia pesada da imunoglobulina, localizado no cromossomo 14, e o gene responsável pela síntese da proteína ciclina D1 (CCND1), localizado no cromossomo 11. Esta proteína é responsável pela transição natural da fase G1 do ciclo celular para a fase S. Dessa forma, a translocação t(11;14)(q13;q32) resulta na superexpressão da proteína ciclina D1, o que acelera o ciclo celular e promove a proliferação celular descontrolada.

A translocação t(11;14)(q13;q32) é demonstrável em 70% dos casos desse linfoma através do cariótipo com banda G, mas o envolvimento do BCL-1 é detectável mesmo nos casos sem a t(11;14) evidenciável, sugerindo que a desregulação deste gene é um evento crítico na patogênese deste linfoma.

Patogênese

Durante a mitose, a ciclina D1 se liga às proteínas CDK4/6 na fase G1 para formar o complexo ciclina D1-CDK4/6, cuja concentração aumenta até superar os efeitos inibitórios de diversas proteínas intracelulares. Isso permite a transição da fase G1 para a fase S, iniciando a síntese de DNA e o ciclo celular. Para pausar este ciclo, proteínas inibitórias como p16, p23 e p27, produzidas pelo gene supressor tumoral CDKN2A, se ligam ao complexo ciclina D1-CDK4/6, inativando-o.

O equilíbrio entre os fatores estimuladores (complexo ciclina D1-CDK4/6) e inibidores (p16, p23 e p27) mantém a proliferação celular controlada. No entanto, a translocação t(11;14)(q13;q32) leva à superexpressão da ciclina D1, suprimindo os efeitos inibitórios das proteínas p16, p23 e p27. Esse desequilíbrio estimula anormalmente a transição da fase G1 para a fase S, resultando em aumento descontrolado da proliferação celular.

Morfologia Celular

Morfologicamente, o linfoma de células do manto apresenta linfócitos atípicos, com contorno nuclear irregular e nucléolo pouco evidente. Possuem, usualmente, padrão de crescimento difuso, algumas vezes nodular.

 linfoma de células do manto
Linfócitos atípicos com citoplasma basofílicos e núcleos irregulares em linfoma de células do manto. Fonte: Cellwiki

Por fim, o diagnóstico precoce e preciso, utilizando técnicas avançadas como a hibridização fluorescente in situ (FISH) e a PCR, é fundamental para um tratamento eficaz. A identificação da translocação(11;14)(q13;q32) não só confirma o diagnóstico, mas também pode influenciar as decisões terapêuticas. Os avanços na compreensão da biologia molecular do LCM têm levado ao desenvolvimento de terapias alvo, como os inibidores de tirosina quinase, que oferecem novas esperanças para os pacientes.

O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada 

Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação.

Um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

Unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

Para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino, temos a solução ideal.

Nossa metodologia combina teoria e prática da rotina laboratorial, garantindo um aprendizado efetivo.

Contamos com um corpo docente altamente qualificado, com os melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação.

No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

Referências

CAMPOS, Luciano Carvalho; ANDRADE, Diocésio Alves Pinto de. Linfoma não-Hodgkin de células do manto: relato de caso. Rev Med Minas Gerais, v. 19, n. 2, p. 177-179, 2009.

BRASIL, Sergio Augusto Buzian. Angiogênese e prognóstico em linfoma de células do manto. 2020.

Atlas de hematologia : clínica hematológica ilustrada/ Therezinha Ferreira Lorenzi, coordenadora. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006