Metabolismo Ósseo: Marcadores Bioquímicos e Diagnóstico 

A avaliação do metabolismo ósseo representa uma etapa essencial na prática laboratorial e clínica, sobretudo no rastreamento, diagnóstico e monitoramento das desordens osteometabólicas. 

Os marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo exercem papel central nesse contexto, uma vez que possibilitam a análise dinâmica e funcional dos processos de formação (atividade osteoblástica) e reabsorção óssea (atividade osteoclástica), refletindo com precisão o estado metabólico do esqueleto.

Além de fornecerem subsídios para a caracterização da remodelação óssea, esses marcadores permitem a avaliação integrada dos sistemas envolvidos na regulação da homeostase fosfocálcica, como os sistemas endócrino, renal e gastrointestinal. 

Interpretação dos Parâmetros do Metabolismo Ósseo

A interpretação qualificada desses parâmetros possibilita realizar diversos processos. Desde a identificação precoce de distúrbios do metabolismo ósseo, a monitorização da resposta terapêutica em tempo real, bem como a detecção de alterações patológicas. Isso tudo antes que se manifestem por alterações densitométricas ou estruturais.

Imagem 1. Representação da estrutura óssea

Conceituando Marcadores ósseos

Os laboratórios realizam exames de sangue e urina para avaliar os marcadores ósseos, identificando assim os produtos gerados durante o processo de remodelamento ósseo. Além disso, esses testes são essenciais para avaliar o aumento excessivo nas taxas de reabsorção e/ou formação óssea. Fato esso que pode indicar a possível ocorrência de distúrbios ósseos.

Através da análise desses marcadores, torna-se viável determinar o risco de fraturas e acompanhar a resposta ao tratamento com medicamentos. Em especial pacientes diagnosticados com osteoporose e outras doenças ósseas. Em suma, os marcadores ósseos fornecem informações fundamentais para a compreensão da saúde óssea. Portanto, auxiliam na tomada de decisões clínicas relacionadas ao diagnóstico e manejo das condições que afetam o sistema esquelético.

Marcadores do Metabolismo Ósseo

A princípio, os especialistas classificam os marcadores bioquímicos utilizados para avaliar o metabolismo ósseo em dois grupos: marcadores de formação óssea e marcadores de reabsorção óssea. No grupo dos marcadores de formação óssea, temos as fosfatases alcalinas, um grupo de enzimas codificadas pelo gene A1P.

Essas enzimas são não-específicas para tecidos e apresentam duas formas principais: a forma óssea e a forma hepática, as quais circulam em quantidades equivalentes, representando a grande maioria dos casos. 

Além disso, existe a forma intestinal, mas em concentrações significativamente menores. Portanto, os profissionais utilizam a dosagem das fosfatases alcalinas para avaliar o metabolismo ósseo, embora recomendem seu uso em conjunto com outros marcadores, já que essa enzima também é empregada na avaliação da função hepática.

Outro marcador de formação óssea é a osteocalcina, um pequeno peptídeo secretado por osteoblastos maduros, condrócitos hipertrofiados e odontoblastos. Embora os osteoblastos depositem a maior parte da osteocalcina na matriz óssea recém-formada, eles liberam uma fração dessa proteína na corrente sanguínea, o que a torna um importante indicador de sua atividade.

Marcadores de Reabsorção Óssea

No grupo dos marcadores de reabsorção óssea, temos a hidroxiprolina, cuja excreção urinária tem sido amplamente utilizada como um marcador clássico para avaliar a reabsorção óssea em pesquisas e diagnósticos. No entanto, seu uso tem sido gradualmente abandonado como exame de referência. Isso se dá devido ao fato de que a hidroxiprolina não está restrita apenas ao osso ou mesmo ao colágeno.

Além disso, temos os interligadores do colágeno, que são produtos liberados pelos osteoclastos durante a reabsorção do tecido ósseo. Esses interligadores são compostos por fragmentos de fibrilas colágenas de diferentes tamanhos, que são posteriormente processados pelo fígado e rins, tornando-se assim pequenos o suficiente para serem eliminados pelos rins através de filtração glomerular. Além do mais, esses marcadores também são utilizados para avaliar o metabolismo ósseo.

Conclusão

A interpretação dos resultados dos marcadores bioquímicos é fundamental para identificar o aumento nas taxas de reabsorção e/ou formação óssea. Contudo, esses marcadores por si só não são suficientes para determinar as causas dos distúrbios ósseos, sendo necessários exames complementares. Quando se trata da terapia para antirreabsorção, os marcadores são considerados ideais para avaliar a resposta ao tratamento.

Pós-Graduação em Bioquímica Clínica Avançada: Explore novos horizontes na sua carreira

Se você é um profissional dedicado na área da saúde em busca de aprimoramento e deseja desenvolver habilidades especializadas, senso crítico e expertise em Bioquímica Clínica, apresentamos a nossa Pós-Graduação como a escolha ideal para impulsionar sua carreira.

Desenvolvido meticulosamente para capacitar e atualizar profissionais como você, nosso programa altamente especializado oferece conhecimentos avançados que não apenas enriquecerão sua base de habilidades, mas também o destacarão no competitivo cenário profissional.

Oferecemos uma opção conveniente para quem busca uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem comprometer a excelência no ensino. 

Nossa metodologia integra teoria e prática da rotina laboratorial, assegurando um aprendizado efetivo e aplicável.

Contamos com um corpo docente altamente qualificado, composto pelos melhores professores do Brasil, verdadeiras referências em suas respectivas áreas de atuação.

No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, nosso compromisso é singular: mais do que apenas transmitir conhecimento, buscamos transformar VOCÊ em uma referência.

Toque no botão abaixo e descubra mais sobre a Pós-Graduação em Bioquímica Clínica Avançada. 

Sua jornada de excelência começa aqui.


Referências:

VIEIRA, José Gilberto H. Considerações sobre os marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo e sua utilidade prática. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v. 43, p. 415-422, 1999.