Metabolismo Ósseo

Metabolismo Ósseo: Marcadores Bioquímicos e Diagnóstico de Doenças Ósseas

A avaliação do metabolismo ósseo é de suma importância, e os marcadores bioquímicos desempenham um papel crucial nesse processo. Ao analisar as funções dos diversos órgãos e sistemas do corpo humano, incluindo o sistema ósseo, esses marcadores oferecem uma visão abrangente e detalhada do estado da saúde óssea. Com o monitoramento e interpretação adequados, é possível identificar precocemente distúrbios ósseos, avaliar o metabolismo mineral e detectar condições patológicas que possam afetar a integridade dos ossos.

O que são marcadores ósseos? 

Os marcadores ósseos consistem em exames laboratoriais realizados em amostras de sangue e urina, permitindo a identificação de produtos gerados durante o processo de remodelamento ósseo. Esses testes são essenciais para avaliar o aumento excessivo nas taxas de reabsorção e/ou formação óssea, indicando a possível ocorrência de distúrbios ósseos. Através da análise desses marcadores, torna-se viável determinar o risco de fraturas e acompanhar a resposta ao tratamento com medicamentos, especialmente em pacientes diagnosticados com osteoporose e outras doenças ósseas. Em suma, os marcadores ósseos fornecem informações fundamentais para a compreensão da saúde óssea e auxiliam na tomada de decisões clínicas relacionadas ao diagnóstico e manejo das condições que afetam o sistema esquelético.

metabolismo ósseo

Quais são os marcadores do metabolismo ósseo?

Quando se trata dos marcadores bioquímicos utilizados para avaliar o metabolismo ósseo, eles podem ser classificados em dois grupos: marcadores de formação óssea e marcadores de reabsorção óssea. No grupo dos marcadores de formação óssea, temos as fosfatases alcalinas, um grupo de enzimas codificadas pelo gene A1P. Essas enzimas são não-específicas para tecidos e apresentam duas formas principais: a forma óssea e a forma hepática, circulando em quantidades equivalentes, representando a grande maioria dos casos. Além disso, existe a forma intestinal, mas em concentrações significativamente menores. A dosagem das fosfatases alcalinas é útil para avaliar o metabolismo ósseo, embora seja recomendado o uso em conjunto com outros marcadores, pois também é empregada na avaliação da função hepática.

Outro marcador de formação óssea é a osteocalcina, um pequeno peptídeo secretado por osteoblastos maduros, condrócitos hipertrofiados e odontoblastos. Embora a maior parte da osteocalcina seja depositada na matriz óssea recém-formada, uma fração dela entra na corrente sanguínea, tornando-se um importante indicador da atividade dos osteoblastos.

No grupo dos marcadores de reabsorção óssea, temos a hidroxiprolina, cuja excreção urinária tem sido amplamente utilizada como um marcador clássico para avaliar a reabsorção óssea em pesquisas e diagnósticos. No entanto, seu uso tem sido gradualmente abandonado como exame de referência, devido ao fato de que a hidroxiprolina não está restrita apenas ao osso ou mesmo ao colágeno.

Além disso, temos os interligadores do colágeno, que são produtos liberados pelos osteoclastos durante a reabsorção do tecido ósseo. Esses interligadores são compostos por fragmentos de fibrilas colágenas de diferentes tamanhos, que são posteriormente processados pelo fígado e rins, tornando-se pequenos o suficiente para serem eliminados pelos rins através de filtração glomerular. Esses marcadores também são utilizados para avaliar o metabolismo ósseo.

A interpretação dos resultados dos marcadores bioquímicos é fundamental para identificar o aumento nas taxas de reabsorção e/ou formação óssea. No entanto, esses marcadores por si só não são suficientes para determinar as causas dos distúrbios ósseos, sendo necessários exames complementares. Quando se trata da terapia para antirreabsorção, os marcadores são considerados ideais para avaliar a resposta ao tratamento.

Referência:

VIEIRA, José Gilberto H. Considerações sobre os marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo e sua utilidade prática. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v. 43, p. 415-422, 1999.

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