MONKEYPOX

O QUE SABEMOS SOBRE AS ALTERAÇÕES LABORATORIAIS


Monkeypox é uma zoonose viral causada pelo vírus da varíola dos macacos (MPXV), pertencente ao gênero Orthopoxvirus, o mesmo da varíola humana. Embora tenha sido identificada pela primeira vez em macacos em 1958, a transmissão para humanos foi documentada em 1970, principalmente em regiões da África Central e Ocidental. Nos últimos anos, surtos globais têm causado preocupação devido à disseminação do vírus para fora das áreas endêmicas, incluindo países da Europa e América. Embora a varíola dos macacos compartilhe sintomas clínicos com a varíola humana, como febre, lesões cutâneas e linfadenopatia, características laboratoriais específicas podem auxiliar no diagnóstico e manejo da doença.

Os principais sintomas incluem febre, inchaço dos gânglios linfáticos, lesões cutâneas, fraqueza, dores de cabeça e no corpo, e linfadenopatia. Esses sinais refletem a resposta inflamatória e imunológica à infecção pelo MPXV.

MONKEYPOX

Métodos de Diagnóstico Laboratorial

Reação em Cadeia da Polimerase (PCR): A PCR é o método de escolha para a detecção do DNA do MPXV. Amostras de lesões cutâneas, como exsudato de pústulas, crostas e fluidos vesiculares, são ideais para a detecção do vírus. A PCR é altamente sensível e específica, permitindo a diferenciação do MPXV de outros vírus Orthopoxvirus, como o vírus da varíola. Além disso, é capaz de identificar o vírus em fases iniciais da infecção, antes da formação de lesões cutâneas evidentes. Protocolos de PCR multiplex permitem a detecção simultânea de vários patógenos, aumentando sua eficiência diagnóstica em surtos.

Sorologia e Testes Imunológicos: A detecção de anticorpos contra o MPXV pode ser realizada por testes sorológicos, como o ELISA. No entanto, o diagnóstico sorológico apresenta limitações, principalmente em indivíduos vacinados contra a varíola, devido à resposta imunológica cruzada entre os vírus Orthopoxvirus. Anticorpos IgM podem ser detectados nas fases agudas da infecção, enquanto os IgG aparecem durante a fase convalescente. Apesar disso, os testes sorológicos não conseguem diferenciar uma infecção ativa de uma infecção passada, sendo mais úteis para estudos epidemiológicos.

Alterações Hematológicas

Pacientes com Monkeypox frequentemente apresentam alterações hematológicas que refletem a resposta inflamatória e imunológica à infecção viral:

  • Linfocitopenia: A linfocitopenia é comum na fase aguda da infecção, especialmente em casos graves. Pode ser explicada pela redistribuição dos linfócitos para os tecidos infectados ou pela destruição direta dessas células pelo vírus. A linfocitopenia também está associada a um maior risco de complicações.
  • Leucocitose: Pacientes em fases avançadas da infecção ou com infecções bacterianas secundárias apresentam leucocitose, refletindo uma resposta inflamatória sistêmica com predominância de neutrófilos. A presença de desvio à esquerda sugere inflamação significativa, geralmente associada a infecções bacterianas secundárias.
  • Trombocitopenia: A trombocitopenia leve a moderada é um achado comum na infecção por MPXV, sendo resultado do processo inflamatório sistêmico que afeta tanto a produção quanto a destruição de plaquetas. Em casos graves, a trombocitopenia pode ser mais acentuada, aumentando o risco de sangramento.

Alterações Bioquímicas

Em formas mais graves da infecção, é comum observar elevação das enzimas hepáticas, como aminotransferase (AST e ALT), refletindo o envolvimento hepático. Isso pode ser causado pela resposta inflamatória sistêmica ou, em alguns casos, pelo uso de medicamentos hepatotóxicos durante o tratamento. A avaliação dessas enzimas ajuda no monitoramento de possíveis complicações hepáticas associadas à infecção.

Conclusão

O diagnóstico e monitoramento da infecção por Monkeypox dependem de uma combinação de métodos laboratoriais, sendo a PCR o teste mais eficaz para a detecção direta do vírus. Os testes sorológicos são úteis para avaliar a resposta imunológica, mas apresentam limitações na diferenciação entre infecção ativa e passada. Além disso, as alterações hematológicas e bioquímicas observadas fornecem informações importantes sobre a gravidade da doença, auxiliando no manejo clínico. A identificação precoce dessas alterações é crucial para o tratamento adequado, especialmente em pacientes com risco elevado de complicações. Dado o aumento da propagação do vírus em regiões fora das áreas endêmicas, o conhecimento desses parâmetros laboratoriais é fundamental para profissionais de saúde no diagnóstico e manejo eficaz da infecção​​​.

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Referências

LabNetwork. Diagnóstico é um dos desafios para controlar o vírus monkeypox – 2022

ADLER, Hugh et al. Características clínicas e tratamento da varíola dos macacos em humanos: um estudo observacional retrospectivo no Reino Unido. The Lancet Infectious Diseases, 2022.

DAS GRAÇAS ALECRIM, Maria et al. Monkeypox Diagnóstico à prevenção.

KALER, Jasndeep et al. Monkeypox: uma revisão abrangente da transmissão, patogênese e manifestação. Cureus, 2022.