MONÓCITOS E LINFÓCITOS REATIVOS – DIFERENÇAS
A morfologia celular é um aspecto crucial na hematologia, especialmente quando se trata de identificar alterações nas células sanguíneas. Entre as células, os monócitos e linfócitos desempenham papeis fundamentais na defesa do organismo, e suas variações reativas podem ser indicativas de diferentes condições patológicas.
Os monócitos são as maiores células presentes no sangue periférico. Eles representam de 2% a 10% dos leucócitos circulantes em adultos saudáveis. Sua morfologia é distinta, com as seguintes características principais:
- Núcleo: Grande, oval ou em forma de rim, frequentemente excêntrico. O padrão de cromatina é frouxo, menos condensado em comparação aos linfócitos, apresentando uma aparência mais reticulada.
- Citoplasma: Abundante, azul-cinza, e frequentemente com vacuolização (pequenas vesículas de digestão). Pode conter grânulos finos (azurófilos), que conferem uma aparência granular no citoplasma.
- Tamanho: São geralmente maiores que os linfócitos reativos, e seu citoplasma se estende para além dos limites do núcleo de forma mais evidente.
Monócitos. Fonte: CellWiki
Os monócitos desempenham um papel importante no sistema imune inato, funcionando como precursores dos macrófagos e células dendríticas nos tecidos, onde realizam fagocitose de patógenos e remoção de detritos celulares.
Já os linfócitos reativos, são formas alteradas de linfócitos que surgem em resposta a estímulos antigênicos, como infecções virais. Eles diferem dos linfócitos normais em vários aspectos morfológicos:
- Núcleo: Pode ser oval ou arredondado, mas muitas vezes é irregular ou indentado. A cromatina é mais densa em relação aos monócitos, mas menos condensada que nos linfócitos normais.
- Citoplasma: O citoplasma dos linfócitos reativos é geralmente mais abundante que o dos linfócitos normais, frequentemente com uma coloração azul mais intensa. Pode apresentar bordas mais difusas, assumindo formas alongadas ou até comprimidas contra outras células.
- Tamanho: Embora variem, os linfócitos reativos são geralmente menores que os monócitos, mas ainda assim, maiores que os linfócitos normais.
- Outras características: Em alguns casos, grânulos finos podem estar presentes no citoplasma, pode-se ainda observar vacuolização.
Linfócitos reativos. Fonte Cellwiki
Essas alterações refletem a ativação do linfócito em resposta a uma infecção ou outra agressão imunológica.
Quadros que levam à elevação da contagem destas células são de causas variadas, a monocitose, aumento absoluto de monócitos geralmente acima de 1.0 x 10⁹/L em adultos, pode ocorrer em uma variedade de condições, refletindo a ativação do sistema imune inato e o aumento da demanda por fagócitos para combater infecções ou remover tecidos danificados. As principais condições associadas à monocitose incluem, infecções crônicas; doenças autoimunes e desordens hematológicas.
Já a presença de linfócitos reativos no sangue periférico é mais comumente associada a infecções virais, mas também pode ser observada em outras condições como mononucleose Infecciosa, infecções bacterianas e parasitárias, embora menos comum estes dois casos e doenças inflamatórias.
Em conclusão, a identificação morfológica de monócitos e linfócitos reativos no sangue periférico desempenha um papel essencial no diagnóstico e monitoramento de uma variedade de condições clínicas.
O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada
Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação.
Um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.
Unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.
Para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino, temos a solução ideal.
Nossa metodologia combina teoria e prática da rotina laboratorial, garantindo um aprendizado efetivo.
Contamos com um corpo docente altamente qualificado, com os melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação.
No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.
Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.
QUERO CONHECER TODOS OS DETALHES DA PÓS-GRADUAÇÃO
Referências
BARATA, Sofia Alexandra Fonseca. Monocitoses não malignas: diagnóstico e terapêutica. 2016. Tese de Doutorado.
Soares, AP et al. Leucocitose intensa com alta contagem absoluta de linfócitos e elevado percentual de reatividade em paciente pediátrico coinfectado por rotavírus e vírus Epstein-Barr: Um relato de caso. Hematology, Transfusion and Cell Therapy, v. 46, p. S125, 2024.
Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. –
Rio de Janeiro: Atheneu, 2017
Atlas de hematologia : clínica hematológica ilustrada/ Therezinha Ferreira Lorenzi, coordenadora. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006