OSTEOPOROSE: AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA E SUA RELEVÂNCIA NAS ANÁLISES CLÍNICAS

A osteoporose é uma condição que compromete a resistência óssea, tornando os ossos mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Essa fragilidade decorre da redução da densidade mineral óssea (DMO) e da deterioração da microarquitetura óssea, impactando diretamente a qualidade do tecido ósseo.  

Embora a densitometria óssea seja a principal ferramenta diagnóstica, a avaliação laboratorial desempenha um papel essencial na identificação de fatores predisponentes e no monitoramento da resposta terapêutica, permitindo uma abordagem clínica mais precisa e individualizada.

Foto do osso apresentando trabécula normal (a) e trabécula com perda óssea por osteoporose (b). Fonte: Bioquímica Clínica, 2015.

Diagnóstico e fatores de risco para a osteoporose:

A densidade mineral óssea (DMO) é avaliada por meio da densitometria óssea, exame de imagem baseado na técnica de absorciometria de raios X de dupla energia (DEXA, Dual-Energy X-ray Absorptiometry). Esse método permite a medição detalhada da densidade óssea em áreas estratégicas do corpo, sendo os principais locais analisados a coluna lombar (L1-L4) e o fêmur proximal.

Para padronizar a interpretação dos resultados, a Organização Mundial da Saúde (OMS) utiliza o escore T, que compara a densidade óssea do paciente com a média de adultos jovens saudáveis. Os critérios diagnósticos são:

  • Normal: DMO dentro de 1 desvio padrão da média (≥ -1).
  • Osteopenia: DMO entre -1 e -2,4 desvios padrão.
  • Osteoporose: DMO igual ou inferior a -2,5 desvios padrão.

Fatores como idade avançada, sexo feminino, histórico familiar, baixo índice de massa corporal (IMC < 19 kg/m²), tabagismo e menopausa precoce aumentam significativamente o risco de desenvolvimento da osteoporose.

Embora a densitometria óssea seja o principal exame diagnóstico, a investigação laboratorial é essencial para diferenciar osteoporose primária de condições metabólicas e endócrinas subjacentes que afetam o metabolismo ósseo. Essa distinção é fundamental para definir a melhor abordagem terapêutica.

Exames bioquímicos essenciais na osteoporose:

A avaliação laboratorial da osteoporose fornece informações valiosas sobre o metabolismo ósseo, auxiliando tanto no diagnóstico quanto no acompanhamento da doença. Os principais exames incluem:

1) Cálcio e fósforo – O cálcio total e ionizado são fundamentais para avaliar distúrbios do metabolismo ósseo. Já o fósforo, que possui relação inversa com o cálcio, pode indicar desequilíbrios metabólicos quando seus níveis estão alterados;

2) 25-Hidroxivitamina D – Essencial para a absorção do cálcio, sua deficiência está diretamente associada ao aumento do risco de fraturas, tornando sua dosagem indispensável na avaliação da saúde óssea;

3) Fosfatase alcalina (FA) – Marcador da atividade osteoblástica, sua elevação pode indicar um aumento na remodelação óssea, sendo útil na detecção de condições que afetam a formação óssea;

4) Paratormônio (PTH) – Hormônio que regula o metabolismo do cálcio, sua dosagem é crucial na suspeita de hiperparatireoidismo, uma condição que pode levar à osteoporose secundária;

5) Marcadores de reabsorção óssea (CTX e NTX) – Os telopeptídeos de colágeno tipo I refletem a atividade osteoclástica, sendo ferramentas essenciais para monitorar a eficácia de tratamentos que reduzem a reabsorção óssea.

A interpretação desses exames permite não apenas identificar possíveis causas secundárias da osteoporose, mas também personalizar a conduta clínica, garantindo um tratamento mais eficiente e direcionado.

A RELEVÂNCIA DA INVESTIGAÇÃO BIOQUÍMICA NA PRÁTICA CLÍNICA:

A avaliação laboratorial desempenha um papel essencial no diagnóstico da osteoporose, auxiliando na identificação de causas secundárias e no monitoramento da resposta ao tratamento. Com os avanços das análises clínicas, a interpretação precisa dos exames bioquímicos se torna indispensável para a conduta médica e o acompanhamento dos pacientes.

Nesse cenário, a especialização em Bioquímica Clínica oferece um diferencial significativo para profissionais que desejam aprofundar seus conhecimentos sobre biomarcadores ósseos e suas aplicações na prática laboratorial. Com a evolução das metodologias analíticas, o domínio desses exames não apenas aprimora a precisão diagnóstica, mas também contribui para decisões terapêuticas mais assertivas.

Pós-Graduação em Bioquímica Clínica Avançada: Explore novos horizontes na sua carreira

Se você é um profissional dedicado na área da saúde em busca de aprimoramento e deseja desenvolver habilidades especializadas, senso crítico e expertise em Bioquímica Clínica, apresentamos a nossa Pós-Graduação como a escolha ideal para impulsionar sua carreira.

Desenvolvido meticulosamente para capacitar e atualizar profissionais como você, nosso programa altamente especializado oferece conhecimentos avançados que não apenas enriquecerão sua base de habilidades, mas também o destacarão no competitivo cenário profissional.

Oferecemos uma opção conveniente para quem busca uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem comprometer a excelência no ensino. 

Nossa metodologia integra teoria e prática da rotina laboratorial, assegurando um aprendizado efetivo e aplicável.

Contamos com um corpo docente altamente qualificado, composto pelos melhores professores do Brasil, verdadeiras referências em suas respectivas áreas de atuação.

No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, nosso compromisso é singular: mais do que apenas transmitir conhecimento, buscamos transformar VOCÊ em uma referência.

Toque no botão abaixo e descubra mais sobre a Pós-Graduação em Bioquímica Clínica Avançada. 

Sua jornada de excelência começa aqui.

Referências:

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 451, de 9 de junho de 2014. Aprova o protocolo clínico e diretrizes terapêuticas da osteoporose. Diário Oficial da União, 10 2014. Disponível em: https://www.cosemsrn.org.br/wp-content/uploads/2014/06/PORTARIA-N%C2%BA-451-DE-9-DE-JUNHO-DE-2014-Aprova-o-Protocolo-Cl%C3%ADnico-e-Diretrizes-Terap%C3%AAuticas-da-Osteoporose..pdf.

GAW, Allan et al. Bioquímica Clínica. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

WALLACH, May A. Williamson; SNYDER, L. Michael. Interpretação de exames laboratoriais. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.XAVIER, Ricardo M.; DORA, José Miguel; BARROS, Elvino. Laboratório na prática clínica: consulta rápida. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016