Proteína C-Reativa (PCR)
A proteína C-reativa (PCR) é um dos principais biomarcadores empregados na prática clínica para avaliar processos inflamatórios. Produzida pelo fígado, a PCR desempenha um papel fundamental na resposta imune, sendo um marcador sensível para a detecção precoce de infecções, inflamações e outras condições agudas e crônicas.
Seus níveis plasmáticos começam a aumentar dentro de 4 a 6 horas após a lesão tecidual inicial e continuam elevando-se centenas de vezes ao longo de 24 a 48 horas.
O que é a Proteína C-Reativa?
A PCR foi descoberta em 1930 e recebeu esse nome porque reagia com o polissacarídeo-C dos pneumococos na fase aguda da pneumonia pneumocócica. Sua produção é regulada principalmente pela interleucina-6 (IL-6), uma citocina inflamatória liberada em resposta a lesões teciduais, infecções e outras agressões ao organismo. Outras citocinas, como interleucina-1 (IL-1) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), também desempenham papel na indução da sua síntese hepática.
Uma vez liberada na corrente sanguínea, a PCR se liga a componentes de patógenos, células necróticas e apoptóticas, facilitando sua opsonização e remoção pelo sistema imune. Além disso, interage com o sistema complemento, amplificando a resposta inflamatória e contribuindo para a homeostase imunológica.
Seu papel vai além da defesa contra infecções, estando também envolvida na modulação de processos inflamatórios crônicos, como os observados em doenças cardiovasculares, autoimunes e metabólicas.
Papel da PCR na inflamação:
A PCR é um marcador sensível da intensidade e progressão da inflamação, sendo útil no monitoramento de condições agudas, como traumas, infecções bacterianas, apendicite e doenças autoimunes. Seu aumento expressivo indica resposta inflamatória ativa, enquanto a redução dos níveis sugere evolução favorável do quadro clínico.
PCR x VHS
A dosagem da PCR apresenta vantagens sobre a velocidade de hemossedimentação (VHS), pois se altera mais rapidamente na presença de inflamação e tem variação mais ampla. No pós-operatório, a PCR é mais sensível para detectar complicações do que VHS, leucócitos, febre ou alteração da frequência cardíaca. Além disso, a dosagem da PCR não sofre interferência de anemia, policitemia, esferocitose, macrocitose, insuficiência cardíaca congestiva ou hipergamaglobulinemia, ao contrário da VHS.
Fatores que influenciam os níveis de PCR:
Os valores elevados da PCR são inespecíficos e devem sempre ser interpretados com avaliação clínica completa. Alguns fatores que podem aumentar seus níveis incluem:
- Genética e idade;
- Estilo de vida sedentário;
- Estresse crônico;
- Exposição a toxinas ambientais;
- Dieta rica em alimentos refinados e processados.
Aplicações clínicas da PCR:
A dosagem da PCR é amplamente utilizada na prática médica para:
- Diagnóstico de infecções bacterianas e virais: Níveis elevados de PCR podem indicar infecções bacterianas graves, enquanto infecções virais geralmente causam aumentos mais moderados;
- Monitoramento de doenças inflamatórias crônicas: Auxilia no acompanhamento de artrite reumatoide, doença inflamatória intestinal, entre outras;
- Estratificação do risco cardiovascular: Níveis persistentemente elevados estão associados a infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC);
- Monitoramento da resposta ao tratamento: A redução nos níveis pode indicar resposta favorável a antibióticos, anti-inflamatórios ou outras intervenções.
A proteína C-reativa é um marcador inflamatório de grande relevância clínica, utilizado na avaliação de processos inflamatórios agudos e crônicos. Sua dosagem é essencial para estratificar a gravidade das doenças e monitorar a resposta ao tratamento, auxiliando decisões terapêuticas mais precisas e eficazes.
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Referências:
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