Proteínas de Fase Aguda: O que são?
As proteínas de fase aguda (PFAs) são componentes do sistema imunológico que desempenham sua função na resposta do organismo a estados inflamatórios, infecciosos ou traumáticos. Dois exames, a dosagem da Proteína C Reativa (PCR) e a Velocidade de Hemossedimentação (VHS), destacam-se como marcadores de inflamação na avaliação clínica de condições inflamatórias.
Proteínas de Fase Aguda: Uma Resposta do Sistema Imunológico
As PFAs são proteínas cujos níveis no sangue se alteram significativamente em resposta a eventos inflamatórios. Elas são importantes na regulação da resposta imune, auxiliando na defesa do organismo contra agentes patogênicos e na promoção da cicatrização.
Proteína C Reativa (PCR):
A PCR é uma das PFAs mais estudadas e amplamente utilizadas na prática clínica. Produzida principalmente no fígado em resposta a citocinas inflamatórias, seus níveis podem aumentar rapidamente em questão de horas após o início da inflamação. A PCR é frequentemente utilizada para avaliar o grau de inflamação e para monitorar a resposta a tratamentos.
Velocidade de Hemossedimentação (VHS):
A VHS, por outro lado, é um teste que mede a rapidez com que os glóbulos se sedimentam em um tubo de sangue. Durante estados inflamatórios, as proteínas de fase aguda alteram a carga elétrica das hemácias, afetando sua capacidade de repelir umas às outras. Isso resulta em uma sedimentação mais rápida, refletida pela VHS elevada.
Outros Exemplos de Proteínas de Fase Aguda:
- Fibrinogênio: Essencial para a coagulação sanguínea, o fibrinogênio é aumentado em resposta a eventos inflamatórios e contribui para a formação de coágulos.
- Haptoglobina: Responsável por ligar-se à hemoglobina liberada durante a destruição de glóbulos vermelhos, a haptoglobina tem seus níveis aumentados em casos de hemólise, após o tratamento com glicocorticoesteróides e algumas vezes em processos neoplásicos recentes.
- α1-Glicoproteína Ácida: Envolvida na modulação da resposta imune, essa proteína tem sua síntese aumentada durante inflamações, a grande vantagem é que essa proteína se mantém elevada por um tempo prolongado e pode fornecer informação na transição da fase aguda para fase crônica da inflamação.
Aplicações Clínicas:
- Diagnóstico e Monitoramento de Doenças Inflamatórias: Tanto a PCR quanto a VHS são indicadores sensíveis de inflamação. Seus aumentos são observados em uma variedade de condições, incluindo infecções, artrite reumatoide, doenças autoimunes e até mesmo em casos de trauma.
- Avaliação de Resposta ao Tratamento: A monitorização dos níveis de PCR e VHS ao longo do tempo permite avaliar a eficácia dos tratamentos anti-inflamatórios. Reduções nos níveis dessas PFAs muitas vezes indicam uma resposta positiva ao tratamento.
- Indicadores de Risco Cardiovascular: A PCR elevada está associada a um maior risco cardiovascular, sendo considerada um marcador prognóstico em condições como doença arterial coronariana.
Em resumo, as proteínas de fase aguda representam uma resposta dinâmica do organismo a eventos que desencadeiam inflamação. Seu entendimento e monitoramento são fundamentais na prática clínica para auxiliar no diagnóstico, tratamento e prognóstico de uma variedade de condições médicas.
Referências:
Manual MSD. Taxa de Sedimentação de Eritrócitos (VHS). MSD Manual – Versão para Profissionais de Saúde. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/-/media/Manual/LabTests/ErythrocyteSedimentationRateESR-pt.h. Acesso em: 29 set. 2023.
CONTIN, Catarina M. et al. Proteínas de fase aguda: revisão de literatura. Investigação – Revista de Investigação da Unifran, volume 14(2)), p. 73-76, 2015. Disponível em: https://publicacoes.unifran.br/index.php/investigacao/article/view/869/723. Acesso em: 29 set. 2023.