rabdomiólise

 RABDOMIÓLISE – MARCADORES COMPLEMENTARES

Marcadores Complementar ao Diagnóstico e Manejo

A rabdomiólise é uma síndrome clínica caracterizada pela destruição das fibras musculares esqueléticas, levando à liberação de conteúdos intracelulares, como mioglobina, creatina quinase (CK) e eletrólitos, para a corrente sanguínea. Essa condição pode ser desencadeada por vários fatores, como trauma físico, uso de drogas, infecções, desordens metabólicas e esforço físico extremo. A identificação precisa e o manejo adequado da rabdomiólise dependem da detecção de marcadores bioquímicos no sangue e na urina. Saiba a fisiopatologia completa e mais detalhes da rabdomiolise em: https://inml.com.br/rabdomiolise/

Tradicionalmente, a creatina quinase (CK) é o principal marcador bioquímico para o diagnóstico da rabdomiólise. A CK é uma enzima presente em grande quantidade nas células musculares, e seus níveis séricos elevam-se significativamente em resposta ao dano muscular. Embora a CK seja um marcador sensível, a monitorização de outros marcadores bioquímicos complementares, como a Desidrogenase Lática (DHL) e os eletrólitos, é crucial para uma avaliação abrangente da gravidade e das complicações da rabdomiólise.

Desidrogenase Lática (DHL)

A Desidrogenase Lática (DHL) é uma enzima envolvida no metabolismo anaeróbico da glicose, convertendo piruvato em lactato. A DHL é encontrada em vários tecidos, incluindo músculos, fígado, coração e rins. Na rabdomiólise, a destruição das fibras musculares leva à liberação de DHL na circulação, resultando em níveis séricos elevados. Embora a DHL não seja específica para dano muscular, seus níveis podem complementar a avaliação clínica da rabdomiólise, especialmente em casos onde outros tecidos, como o fígado ou os rins, também estão envolvidos. A elevação da DHL é indicativa de necrose tecidual e pode ser usada para monitorar a extensão do dano muscular, além de fornecer informações sobre o envolvimento de outros órgãos. Em conjunto com a CK, a DHL ajuda a diferenciar a rabdomiólise de outras condições que podem causar elevações isoladas da creatina quinase.

Eletrólitos

Na rabdomiólise, independentemente da causa, o mecanismo fisiopatológico é o mesmo. Normalmente, no meio intracelular, os níveis de cálcio e sódio são baixos e os de potássio são altos. No entanto, lesões diretas no tecido muscular ou falhas na produção adequada de ATP podem gerar disfunção na bomba de Na+/K+ ATPase e na bomba de Ca2+ ATPase, provocando um desequilíbrio hidroeletrolítico. Isso resulta na entrada de sódio e cálcio para o meio intracelular, levando a uma contração muscular contínua e inadequada.

Os eletrólitos são fundamentais no diagnóstico complementar da rabdomiólise e podem ser, muitas vezes, a causa subjacente, como em situações de hipocalemia (potássio sérico inferior a 2,5 mEq/L), que reduz a liberação de potássio para os músculos, promovendo rabdomiólise pela diminuição do fluxo sanguíneo para os músculos em resposta ao esforço. A destruição das células musculares libera grandes quantidades de eletrólitos intracelulares, como potássio, fosfato e cálcio, no sangue, resultando em distúrbios eletrolíticos que podem ter consequências clínicas graves:

Hipercalemia

A hipercalemia é uma complicação comum e potencialmente fatal da rabdomiólise, resultante da liberação de potássio intracelular. Níveis elevados de potássio podem levar a arritmias cardíacas e, se não tratados, podem causar parada cardíaca.

Hiperfosfatemia

A rabdomiólise também causa a liberação de fosfato das células musculares danificadas, levando à hiperfosfatemia. O aumento do fosfato sérico pode contribuir para a precipitação de cristais de fosfato de cálcio nos tecidos, agravando a insuficiência renal, uma complicação comum da rabdomiólise.

Alterações no sódio

A hiponatremia é frequentemente observada na rabdomiólise devido à retenção de água ou ao uso de soluções salinas para tratamento. A hipernatremia pode ocorrer se houver desidratação ou perda significativa de água livre. Ambos os distúrbios podem ter implicações neurológicas graves.

Em resumo, a monitorização regular de DHL, CK e eletrólitos é fundamental na gestão da rabdomiólise. Enquanto a CK fornece informações diretas sobre o grau de lesão muscular, a DHL e os eletrólitos oferecem uma visão mais abrangente sobre a extensão da necrose tecidual e os desequilíbrios metabólicos que podem resultar em complicações graves, como insuficiência renal aguda, arritmias cardíacas e alterações neurológicas.

O manejo da rabdomiólise inclui a reidratação agressiva para prevenir lesão renal, correção de distúrbios eletrolíticos e, em casos graves, a diálise pode ser necessária para remover mioglobina e corrigir os distúrbios metabólicos. A identificação precoce e o tratamento dos distúrbios eletrolíticos são cruciais para evitar complicações fatais.

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Referências

CULTURAL, ATUALIZA ASSOCIAÇÃO; FERREIRA, DAISE GOMES. Causas, efeitos e tratamento da Rabdomiólise. 2012.

MICHELETO, José Pedro Cassemiro et al. Rabdomiólise. 2023.

ROSA, Nuno Guimarães et al. Rabdomiólise. Acta Médica Portuguesa, v. 18, n. 4, p. 271-81, 2005.