relação albumina/creatinina

RELAÇÃO ALBUMINA/CREATININA URINÁRIA

Importância Clínica

A relação albumina/creatinina urinária (RACU) é uma medida fundamental na prática médica para avaliar a presença e a gravidade da albuminúria, que se refere à excreção de albumina na urina. A albuminúria é um importante indicador de doenças renais, especialmente em pacientes com diabetes e hipertensão.

relação albumina/creatinina urinária

A Creatinina e a Albumina

A creatinina é um subproduto do metabolismo muscular e é excretada pelos rins. A concentração de creatinina na urina é utilizada como referência para corrigir a concentração de outras substâncias na urina, compensando variações na diluição urinária. A albumina, por sua vez, é uma proteína plasmática produzida pelo fígado. Ela desempenha diversas funções vitais, incluindo a manutenção da pressão osmótica do sangue e o transporte de hormônios, vitaminas e outras substâncias. Em condições normais, pequenas quantidades de albumina são filtradas pelos rins e reabsorvidas, resultando em níveis mínimos na urina. Quando os rins estão danificados ou comprometidos, a quantidade de albumina excretada na urina pode aumentar significativamente.

Microalbuminúria e a RACU

A microalbuminúria, ou aumento da excreção de albumina urinária, é indicativa da elevação da permeabilidade glomerular e foi inicialmente observada em pacientes diabéticos insulino-dependentes. Ela é definida como a excreção urinária de pequenas quantidades de albumina, insuficientes para serem detectadas pelos métodos usuais de dosagem de proteínas, ou seja, uma elevação subclínica da excreção urinária de albumina.

Apesar de ser considerada um marcador precoce de lesão glomerular em indivíduos diabéticos, a microalbuminúria também ocorre em indivíduos não-diabéticos, especialmente em casos de hipertensão arterial sistêmica e em associação com doenças cardiovasculares. Ela tem sido considerada um fator de risco para aterosclerose. Para calcular a relação albumina-creatinina, deve-se dividir a concentração de albumina (mg) pela concentração de creatinina (g) em uma amostra de urina. A fórmula é a seguinte:

RACU=Albumina (mg/L) / Creatinina (g/L)

Os resultados são geralmente expressos em mg/g. A relação albumina/creatinina urinária permite uma avaliação precisa da excreção de albumina, sem a necessidade de coletar amostras de urina de 24 horas, o que é mais conveniente para os pacientes e facilita o diagnóstico e o monitoramento da albuminúria.

Importância Clínica e vantagens da Relação Albumina-Creatinina

A albuminúria é um dos primeiros sinais de doença renal crônica (DRC), especialmente em pacientes com diabetes mellitus e hipertensão. No entanto, a concentração de substâncias nas amostras de urina pode variar por diversos motivos, como ingestão de líquidos e horário da coleta. Para lidar com essas variações, a relação albumina-creatinina urinária (RACU) é calculada dividindo-se a concentração de albumina pela concentração de creatinina na mesma amostra de urina.

A creatinina, um subproduto do metabolismo muscular, é excretada de forma relativamente constante pelos rins. Isso faz com que sua concentração na urina seja um bom indicador da concentração urinária, independentemente da diluição. Ao usar a creatinina como referência, a RACU corrige as variações na diluição urinária, proporcionando uma estimativa mais estável e precisa da excreção de albumina. Essa correção é especialmente importante em situações onde a coleta de urina de 24 horas não é prática ou possível.

A detecção precoce da albuminúria através da RACU possibilita intervenções terapêuticas antecipadas, que podem retardar a progressão da DRC. Além disso, pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2, bem como aqueles com hipertensão, têm um risco aumentado de desenvolver nefropatia. O monitoramento regular da RACU nesses pacientes ajuda a detectar mudanças na função renal, permitindo ajustes no tratamento para prevenir complicações renais.

Em conclusão, a relação albumina-creatinina urinária é uma ferramenta indispensável na prática clínica para o diagnóstico, monitoramento e manejo de doenças renais e cardiovasculares. Sua simplicidade e precisão tornam-na valiosa para analistas na detecção precoce de disfunções renais e na avaliação do risco cardiovascular, permitindo intervenções precoces e estratégias de tratamento mais eficazes.

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Referências

BOTTINI, Paula Virgínia et al. Utilização da relação albumina/creatinina no diagnóstico de microalbuminúria. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 41, p. 99-103, 2005. 

YOKOYAMA, H. et al Subclinical atherosclerosis is increased in type 2 diabetic patients with microalbuminuria evaluated by intima-media thickness and puls e wave velocity. Kidney Int, v. 66, n. 1, p. 448-54, 2004.

Motta, Valter T. (Valter Teixeira), 1943 Bioquímica clínica para o laboratório- princípios e interpretações J Valter T. Motta.- 5.ed.-Rio de Janeiro: MedBook, 2009.