SÍNDROME HIPEREOSINOFÍLICA

SÍNDROME HIPEREOSINOFÍLICA

A síndrome hipereosinofílica (SHE) é descrita como uma condição mieloproliferativa, caracterizada por uma elevada contagem de eosinófilos acima de 1.500 eosinófilos/μL, mantida por mais de seis meses, além de sinais e sintomas relacionados à atividade dessas células. Embora seja uma condição complexa e heterogênea, a SHE compartilha características clínicas distintas que podem variar significativamente entre os pacientes.

Causas e Mecanismos

Os eosinófilos são células produzidas na medula óssea a partir de células progenitoras mieloides. Estimulados por fatores de crescimento, migram para a corrente sanguínea e se alojam nos tecidos, especialmente na lâmina própria do trato digestório. Sua sobrevivência é curta, sendo de cerca de 48 horas, mas podem sobreviver por até duas semanas quando estimulados por citocinas. 

Três citocinas principais influenciam sua diferenciação: 

  • Interleucina-3 (IL-3) 
  • Interleucina-5 (IL-5) – Maior relevância
  • Fator Estimulador de Granulócitos e Macrófagos (GM-CSF)

Os eosinófilos possuem grânulos que contêm proteínas com atividade pró-inflamatória e citotóxica, desempenhando um papel importante em doenças alérgicas, parasitárias e neoplásicas. A síndrome hipereosinofílica pode ocorrer quando os níveis de proteína catiônica eosinofílica (ECP) atingem valores elevados nos tecidos.

O estímulo principal da eosinofilia nos pacientes com SHE é a mutação de células precursoras multipotentes, diferentemente a eosinofilia reativa que ocorre pelo aumento fisiológico da produção de eosinófilos. A alteração frequentemente encontrada é a deleção 4q12 que resulta em uma fusão entre os genes FIP1L1-PDGFRA, induzindo um aumento da atividade tirosina quinase, caracterizando a variante mieloproliferativa, que está presente em aproximadamente 10-15% dos pacientes.

Sintomas e Manifestações Clínicas

Os sintomas da SHE podem variar amplamente, dependendo do órgão ou sistema afetado pela infiltração de eosinófilos. Alguns pacientes podem ser assintomáticos, enquanto outros apresentam sintomas graves e debilitantes. Os sintomas comuns incluem febre, perda de peso, fadiga, dores articulares e musculares, erupções cutâneas, tosse, falta de ar, dor abdominal e sintomas neurológicos.

síndrome hipereosinofílica
Lâmina com hipereosinofilia. Crédito: Manual MSD Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/dist%C3%BArbios-eosinof%C3%ADlicos/eosinofilia

A SHE também pode levar a complicações graves, como a fibrose de órgãos afetados, incluindo o coração, pulmões e sistema nervoso central. A cardiomiopatia restritiva e a vasculite são exemplos de complicações potencialmente fatais associadas à SHE.

Diagnóstico e Avaliação

O diagnóstico da SHE é desafiador devido à sua raridade e à ampla gama de sintomas que podem mimetizar outras condições médicas. O processo diagnóstico geralmente envolve uma revisão completa do histórico médico do paciente, exame físico, exames de sangue para avaliar a contagem de eosinófilos e outros marcadores inflamatórios, bem como exames de imagem e biópsia de tecidos afetados para confirmar a presença de eosinófilos.

Além disso, os médicos podem realizar testes específicos para excluir outras causas de eosinofilia secundária, como infecções parasitárias e distúrbios hematológicos.

Outras Considerações

Alterações relevantes podem ser observadas auxiliando no diagnóstico médico, como elevação de marcadores inflamatórios, como a proteína C reativa (PCR) e a velocidade de sedimentação de eritrócitos (VHS), em resposta à inflamação associada à atividade dos eosinófilos. Elevação das enzimas hepáticas, como alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST), podem indicar envolvimento hepático associado à SHE.

O manejo da hipereosinofilia envolve uma abordagem multidisciplinar, com o objetivo de controlar a contagem de eosinófilos, aliviar os sintomas e prevenir complicações. Isso geralmente inclui o uso de corticosteróides, agentes imunomoduladores e terapias direcionadas, além do tratamento da condição subjacente, quando identificada.

O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada 

Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação.

Um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

Unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

Para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino, temos a solução ideal.

Nossa metodologia combina teoria e prática da rotina laboratorial, garantindo um aprendizado efetivo.

Contamos com um corpo docente altamente qualificado, com os melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação.

No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

Referências

DUARTE, Alexandre Magno Moraes et al. Síndrome hipereosinofílica: revisão de literatura. Disciplinarum Scientia| Saúde, v. 13, n. 2, p. 265-274, 2012.

Naoum, Flávio Augusto – Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. 2. ed. – Rio de Janeiro: Atheneu, 2017