tipagem sanguínea

Tipagem Sanguínea: Procedimento e Significado Clínico

A tipagem sanguínea é um procedimento vital que visa determinar os grupos sanguíneos de um indivíduo, com base na presença ou ausência de antígenos específicos na superfície das células vermelhas do sangue. Este artigo explora o processo de tipagem sanguínea, suas implicações clínicas e como interpretar os resultados.

Antes do ABO

Antes de falar em sistema ABO precisamos ter de forma clara o que é antígeno e anticorpo:

  • Antígeno: é toda substância que desencadeia uma resposta imunológica;
  • Anticorpo: são proteínas produzidas pelo corpo para ataque direto ou por ativação do complemento.

Sistema ABO

Antígenos:

Os genes AB, localizados no cromossomo 9, codificam duas enzimas: a transferase A (α1,3 N acetilgalactosaminil transferase), que gera o antígeno A, e a transferase B (α1,3 galactosil transferase), que produz o antígeno B a partir do antígeno H precursor na membrana das hemácias. O gene O, por sua vez, não produz uma transferase funcional neste contexto, deixando exposto o antígeno H.

Anticorpos:

Inicialmente, os anticorpos do sistema ABO não estão presentes no organismo ao nascer, tornando-se detectáveis somente após quatro meses de idade. Quando desenvolvidos, esses anticorpos são potentes e podem ser classificados como IgM ou IgG, causando aglutinação acentuada ao entrar em contato com hemácias que possuem os antígenos A ou B correspondentes.

Sistema Rh

O sistema Rh é o sistema de grupos sanguíneos mais complexo, classificado como o segundo mais relevante na medicina transfusional. Os principais antígenos incluem D, C/c e E/e. O conceito de Rh positivo ou Rh negativo está relacionado à presença ou ausência do antígeno D na superfície das hemácias. O termo RhD fraco descreve uma diminuição significativa na presença do antígeno D nas hemácias.

Técnicas para Tipagem Sanguínea

Técnica de Aglutinação/Gel em Coluna com Centrifugação: Utilizada em sistemas automatizados ou em laboratórios de menor porte. Hemácias são colocadas em um gel fino dentro de colunas que contém anticorpos, durante a centrifugação, ocorre a aglutinação das hemácias que possuem os antígenos correspondentes.

tipagem sanguínea

Técnica em tubo: Em um tubo de vidro com dimensões de 10mm x 75mm, é adicionado um líquido que serve como meio de suspensão para as hemácias. Esse líquido pode ser uma solução salina a 0,9% ou um meio que aumenta a reação das hemácias. Após um período de incubação e subsequente centrifugação, realiza-se a análise, observando se há aglutinação das hemácias, ou seja, a formação de grumos.

tipagem sanguínea 1

Técnica em microplaca: Pode ser manual ou automatizada e é adequada para laboratórios com alto volume de amostras. A reação entre anticorpos e hemácias ocorre em cavidades de microplacas transparentes.

ts

Imagem: Fundamentos de Hematologia do Hoffbrand

Determinação do tipo sanguíneo 

A tipagem sanguínea ABO envolve a identificação de antígenos nas hemácias e de anticorpos no soro ou plasma. Consiste na tipagem direta, que verifica antígenos nas hemácias, e na tipagem reversa, que avalia anticorpos no soro ou plasma reagindo com hemácias comerciais. A concordância entre ambos é crucial. A presença do antígeno D é determinada com soros comerciais e um controle negativo.

tipagem sanguínea

Implicações Clínicas da Tipagem Sanguínea

Transfusões de Sangue: Receptor e doador devem ser compatíveis em relação ao grupo ABO e Rh para evitar reações graves.

Gravidez: Incompatibilidade entre grupo sanguíneo do feto e da mãe pode levar a complicações, como doença hemolítica do recém-nascido.

Transplantes de Órgãos: A compatibilidade depende da tipagem sanguínea.

A tipagem sanguínea desempenha um papel crucial na medicina, aumentando a segurança de transfusões, transplantes e outros procedimentos médicos. Compreender os sistemas de grupos sanguíneos ABO e Rh e como interpretar os resultados é fundamental na prática clínica e pode salvar vidas em situações críticas. Portanto, este procedimento simples desempenha um papel vital na saúde e segurança dos pacientes.

O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada 

Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação.

Um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

Unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

Para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino, temos a solução ideal.

Nossa metodologia combina teoria e prática da rotina laboratorial, garantindo um aprendizado efetivo.

Contamos com um corpo docente altamente qualificado, com os melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação.

No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

QUERO CONHECER TODOS OS DETALHES DA PÓS-GRADUAÇÃO

Referências

Técnico em hemoterapia: livro texto / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Departamento de Gestão da Educação na Saúde – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 292 p. : il.

Imuno‑hematologia laboratorial / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Hospitalar e de Urgência. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 60 p. : il. ISBN 978‑85‑334‑2160‑8 1.