ERROS: TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DE AMOSTRAS
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os laboratórios clínicos são estabelecimentos de saúde responsáveis pela execução e liberação de exames laboratoriais. Esses exames são fundamentais não apenas para o diagnóstico e tratamento, mas também para a prevenção de doenças. Para assegurar resultados confiáveis, os serviços laboratoriais devem ser organizados em três etapas críticas: pré-analítica, analítica e pós-analítica. Dentre essas, a fase pré-analítica é onde ocorre a maioria das falhas, incluindo erros no transporte e armazenamento de amostras biológicas.
Esses erros têm potencial para comprometer a precisão dos exames e afetar diretamente sua confiabilidade. Como resultado, podem levar a diagnósticos clínicos equivocados, condutas terapêuticas inadequadas e, em alguns casos, a realização de procedimentos médicos desnecessários nos pacientes.
Transporte e armazenamento de amostras. Imagem fonte: https://labnetwork.com.br/
Fase pré-analítica:
A fase pré-analítica inicia-se a partir da solicitação do exame emitida pelo médico até o princípio do processamento e análise da amostra biológica.
- Subdivisões da fase pré-analítica:
Solicitação dos exames (requisição correta visa garantir a identificação do paciente, dos dados clínicos relevantes e do material a ser coletado), preparo do paciente (instruções e orientações claras e objetivas antes da realização dos exames, coleta da amostra ( coleta adequada da amostra, respeitando os protocolos para preservar a integridade do material), transporte (condições adequadas de temperatura e intervalo de tempo, pois visa preservar a estabilidade dos analitos) e armazenamento (armazenamento adequado seguindo as recomendações de temperatura e tempo, para restringir a degradação dos analitos).
Sendo assim, as práticas indevidas, especialmente, de transporte e de armazenamento de amostras, podem comprometer significativamente a qualidade dos resultados nos laboratórios de análises clínicas.
Transporte e Armazenamento de Amostras Biológicas
- Variações de Temperatura e Umidade
A temperatura inadequada pode degradar os componentes mais sensíveis das amostras, como proteínas e enzimas. Ademais, a presença de umidade por longos períodos favorece o crescimento de microrganismos, o que, consequentemente, pode alterar significativamente a composição da amostra. Nesse sentido, é cabível utilizar embalagens térmicas com gelo adequado respeitando a temperatura exigida para cada tipo de amostra, monitorar a temperatura com dispositivos de registro durante o translado e controlar a umidade com materiais absorventes são medidas importantes.
- Atrasos no transporte e tempo de trânsito
O tempo prolongado de transporte pode levar à degradação da amostra, já que, os atrasos comprometem a viabilidade de microrganismos em casos de amostras que seguem para cultura. Dessa forma, planejar rotas eficientes, dispor de veículos adequados, estabelecer intervalos de tempo máximo para cada tipo de amostra, são ações que podem reduzir a incidência de erros.
- Vazamentos e quebras de recipientes
Os vazamentos podem provocar a contaminação das outras amostras presentes no mesmo espaço de acondicionamento, quebras de recipientes podem resultar na perda total do conteúdo da amostra e assim expor o transportador aos riscos biológicos ali contidos.
Além de como criar a necessidade de solicitar recoletas, o que pode impactar negativamente a relação dos clientes com a instituição de saúde.
Logo, utilizar recipientes resistentes e adequados para cada tipo de amostra, fechá-los de forma segura e vedá-los quando possível, acondicioná-los em embalagens secundárias, seguindo os padrões de biossegurança podem mitigar esses problemas.
Contaminação por agentes externos durante o transporte
A contaminação por microrganismos – agentes externos – ou outras substâncias tende a alterar a composição da amostra e assim possibilitar que os resultados obtidos após a análise sejam invalidados.
E por isso, fazer uso de materiais estéreis para coleta e acondicionamento das amostras, restringir o contato das amostras com superfícies sabidamente contaminadas, e transportá-las em embalagens limpas e desinfetadas são medidas responsáveis para que haja segurança no processamento e liberação dos laudos.
Ao evitar esses erros comuns, os laboratórios de análises clínicas podem garantir a qualidade das amostras e a confiabilidade dos resultados, além de contribuir para o diagnóstico e tratamento adequado do paciente.
Conclusão:
A excelência no transporte e armazenamento de amostras biológicas é um pilar essencial para certificar e credibilizar os resultados laboratoriais liberados.
Dito isso, é imprescindível monitorar e protocolar cada etapa do processo. Portanto, atentar-se a implementação de protocolos padronizados, investir em treinamento dos profissionais envolvidos dispor de tecnologias de rastreamento são pontos chaves para minimizar erros.
A partir da inserção correta dessas medidas os laboratórios de análises clínicas consolidam a sua competência em fornecer diagnósticos altamente precisos contribuindo para a saúde, segurança diagnóstica e acima de tudo o bem-estar daqueles que depositam sua confiança nos serviços de saúde prestados.
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Referências:
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