Amilase e Lipase na Pancreatite Aguda
A pancreatite aguda é uma condição inflamatória, comumente desencadeada por cálculos biliares e ingestão de álcool. Os níveis séricos de amilase e lipase são os marcadores clínicos utilizados para o diagnóstico e monitoramento dessa condição. Vamos explorar a importância dessas enzimas no contexto da pancreatite aguda.
Amilase:
– Origem e Função: A amilase é uma enzima produzida pelo pâncreas e glândulas salivares. Sua função principal é a quebra de amido em moléculas menores, facilitando a digestão.
– Elevação na Pancreatite Aguda: Em casos de pancreatite aguda, ocorre a liberação prematura e excessiva de amilase no sangue devido à lesão pancreática, sendo a elevação dos níveis de amilase no sangue é um indicador da pancreatite.
– Rápida Elevação e Normalização: Os níveis de amilase podem aumentar dentro de 06 a 12 horas após o início dos sintomas, atingindo o pico em 24 horas. Normalmente, eles começam a diminuir após 48 horas, mas podem permanecer elevados por vários dias.
Lipase:
– Origem e Função: A lipase é outra enzima pancreática essencial, responsável pela digestão de gorduras. Ela é produzida e liberada pelas células acinares do pâncreas.
– Especificidade para o Pâncreas: A lipase tem uma especificidade maior para o pâncreas do que a amilase. Portanto, a determinação dos níveis de lipase é muitas vezes considerada mais específica para indicar pancreatite.
– Persistência de Elevação: Os níveis de lipase também se elevam na pancreatite aguda e podem permanecer elevados por um período mais longo do que a amilase. Isso torna a lipase uma ferramenta valiosa para o monitoramento contínuo da condição.
Importância Clínica:
– Diagnóstico Diferencial: A avaliação simultânea de amilase e lipase em conjunto com o quadro clínico do paciente ajuda a diferenciar a pancreatite aguda de outras condições que podem causar dor abdominal e aumentar os níveis séricos dessas enzimas.
– Gravidade da Pancreatite: Níveis mais elevados de amilase e lipase geralmente estão associados a casos mais graves de pancreatite aguda.
– Acompanhamento do Tratamento: A medição regular de amilase e lipase é útil no acompanhamento da eficácia do tratamento e na determinação do momento apropriado para a alta hospitalar.
Amilase e Lipase no Diagnóstico da Pancreatite Aguda
O diagnóstico da pancreatite aguda é confirmado quando são observados pelo menos dois dos seguintes critérios:
- Dor abdominal que coincide com os sintomas da doença.
- Níveis séricos de amilase e/ou lipase que excedem três vezes o limite superior da faixa normal (é importante considerar que os intervalos normais podem variar de acordo com o teste empregado).
- Resultados típicos em exames de imagem com contraste.
Em conclusão, a dosagem de amilase e lipase desempenha um papel essencial na identificação e monitoramento da pancreatite aguda. A interpretação dos resultados dessas enzimas, juntamente com outros dados clínicos e de imagem, é crucial para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento eficaz.
Referências:
BARTEL, Michael. Pancreatite Aguda. MSD Manual – Versão para Profissionais de Saúde. Disponível em: [https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/pancreatite/pancreatite-aguda#:~:text=A%20amilase%20e%20a%20lipase,v%C3%A1rias%20outras%20afec%C3%A7%C3%B5es%20abdominais%20(p.). Acesso em: 29 set. 2023.
PACHECO, Ricardo Custódio; OLIVEIRA, Luiz Carlos Marques de. Relação lipase/amilase nas pancreatites agudas de causa biliar e nas pancreatites agudas/crônicas agudizadas de causa alcoólica. Arquivos de Gastroenterologia, v. 44, p. 35-38, 2007.