07 passos para a correta análise da distensão sanguínea

A confecção de uma distensão sanguínea correta é essencial na hematologia. O sucesso na contagem e avaliação das características morfológicas das células sanguíneas é diretamente dependente da qualidade do esfregaço, sendo importante lembrar que a maioria das patologias apresentam características morfológicas e numéricas específicas como anemias, leucemias e distúrbios da coagulação. Aprenda a realizar corretamente os passos necessários para uma distensão sanguínea precisa.

1. Confirmar a idade do paciente

Antes de avaliar uma lâmina, é importante conferir a identificação do paciente. Mesmo que haja apenas uma lâmina a ser avaliada, evite erros na identificação do paciente. Além disso, é fundamental desconfiar de resultados discrepantes entre a lâmina e os resultados do hemograma. Por exemplo, se um paciente apresentar um RDW significativamente alterado, mas não for observada anisocitose na lâmina, é necessário refazê-la. Esses casos sugerem que pode ter ocorrido um erro na identificação da lâmina ou da amostra do paciente, e, portanto, é importante tomar as devidas precauções para garantir a precisão do diagnóstico hematológico.

2. Fazer uma análise macroscópica da lâmina

Realize a avaliação do esfregaço sanguíneo de forma geral e ampla, permitindo assim a observação de alterações artefatuais importantes na coloração, causadas pelo uso incorreto do tempo e da técnica na confecção do esfregaço. É crucial lembrar que as características percebidas ao microscópio são diretamente dependentes da qualidade do esfregaço, incluindo a qualidade da coloração. A avaliação é ainda mais útil em casos de gamopatias monoclonais, já que a lâmina pode apresentar uma coloração excessivamente azul devido ao aumento de imunoglobulinas, o que pode interferir na identificação das células e na precisão do diagnóstico hematológico. Portanto, é essencial estar atento a essas características e tomar as medidas necessárias para garantir uma avaliação precisa e confiável do esfregaço sanguíneo.

Rouleaux

3. Inicialmente, examinar a lâmina na objetiva de menor aumento

A análise da lâmina na objetiva de 40x, permite-nos verificar a quantidade e distribuição das células, avaliar a qualidade da coloração e detectar a presença de aglutinação de hemácias, agregação leucocitária ou plaquetária, bem como outras possíveis alterações. É importante observar as bordas e a cauda da lâmina para garantir uma avaliação completa e precisa.

Aglutinação eritrocitária

4. Utilizar a objetiva de imersão para a diferenciação celular

Para diferenciar as células sanguíneas, é necessário usar objetivas de imersão, como as de 60x ou 100x, as quais permitem uma melhor visualização das estruturas celulares. É comum que os laboratórios tenham apenas uma objetiva de imersão, geralmente a de 100x, então é recomendável contar e diferenciar os leucócitos com essa objetiva.

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5. Escolher o campo adequado

Ao realizar a leitura e análise da distensão sanguínea, é importante encontrar o campo ideal, ou seja, o local onde as células estão distribuídas de maneira homogênea, sem sobreposições e sem estarem muito afastadas umas das outras. A leitura em campos inadequados pode mascarar alterações importantes ou até mesmo induzi-las de forma artefatual, comprometendo a precisão do resultado final do laudo.

Como encontrar um campo de leitura adequado

6. Percorrer a lâmina em zigue-zague

Ao realizar a leitura de lâmina, é importante considerar que os leucócitos não são distribuídos uniformemente pela distensão sanguínea. Os linfócitos, por exemplo, costumam ficar mais ao centro do que os neutrófilos. Já as células imaturas, como os blastos, promielócitos e mielócitos, se concentram mais nas bordas. Para evitar contar a mesma célula mais de uma vez e diminuir os erros que podem ocorrer devido à má distribuição dos leucócitos, é recomendado fazer a leitura da lâmina em zigue-zague.

7. Ser sistemático na análise de distensão sanguínea

Para começar a análise de distensão sanguínea, defina uma ordem a ser seguida, por exemplo, eritrócitos, plaquetas e leucócitos. Em seguida, avalie a lâmina de forma sistemática, observando todas as séries igualmente, para evitar possíveis erros. Infelizmente, muitas vezes a pressa para a liberação do laudo pode levar o analista a focar apenas na contagem diferencial dos leucócitos, o que não é o correto.

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