Aterosclerose

Aterosclerose: Fatores de Risco e Diagnóstico

A aterosclerose é uma condição médica complexa e potencialmente grave que envolve o acúmulo de placas de gordura nas artérias, levando ao estreitamento e endurecimento desses vasos sanguíneos. É uma das principais causas de doenças cardiovasculares, como ataques cardíacos e derrames. Neste artigo, examinaremos detalhadamente os fatores de risco associados à aterosclerose e os métodos de diagnóstico usados para identificar essa condição.

O que é aterosclerose? 

A aterosclerose é uma condição inflamatória crônica com múltiplas causas, que se desenvolve como resposta à lesão nas células endoteliais, principalmente afetando a camada interna das artérias de médio e grande porte. O processo de formação da placa aterosclerótica começa quando as células endoteliais são danificadas devido a vários fatores de risco, como níveis anormais de lipídios no sangue, pressão arterial elevada ou tabagismo. Consequentemente, a função das células endoteliais é comprometida, permitindo que as lipoproteínas plasmáticas penetrem na camada íntima das artérias e fiquem retidas nesse espaço.

 Nesse processo, os monócitos se transformam em macrófagos e fagocitam o LDL, levando ao acúmulo de colesterol livre e cristais de colesterol dentro deles, transformando-se em células espumosas, iniciando assim um processo inflamatório crônico.

Devido ao acúmulo de células musculares lisas, linfócitos e células espumosas, as placas ateroscleróticas se formam e podem obstruir os vasos.

Aterosclerose

Fatores de risco da doença 

  1. Hipertensão Arterial: Pressão arterial elevada é um dos principais fatores de risco para a aterosclerose. A pressão sanguínea excessiva pode danificar as paredes das artérias, tornando-as mais suscetíveis ao acúmulo de placas.
  2. Colesterol Elevado: Níveis elevados de colesterol LDL (“colesterol ruim”) no sangue são fortemente associados à aterosclerose. O colesterol LDL pode se depositar nas artérias, formando placas.
  3. Tabagismo: O fumo do tabaco é um dos fatores de risco mais significativos para a aterosclerose. As substâncias químicas presentes no tabaco danificam as artérias e aceleram o acúmulo de placas.
  4. Diabetes: Pessoas com diabetes têm maior probabilidade de desenvolver aterosclerose devido a alterações nos níveis de carboidratos no sangue que promovem processos inflamatórios e danificam as paredes arteriais.
  5. Obesidade: O excesso de peso corporal está associado a desequilíbrios metabólicos e má distribuição de massa, esses eventos alteram a pressão ortostática e podem favorecer o desenvolvimento da aterosclerose.
  6. Sedentarismo: A falta de atividade física regular pode contribuir para o aumento do peso corporal, hipertensão e diminuição do metabolismo das frações do colesterol, privilegiando as frações pouco densas (LDL e VLDL) em detrimento da fração densa (HDL) aumentando os fatores de risco.
  7. História Familiar: Ter familiares de primeiro grau com histórico de doenças cardiovasculares aumenta o risco de aterosclerose.

Alterações nos exames laboratoriais 

Os níveis de Lp(a), LDL, Colesterol Total, Triglicérides e homocisteína apresentam elevações.

No caso de um primeiro resultado de PCR superior a 3,0 mg/l, é aconselhável repetir o exame pelo menos duas semanas depois, quando o paciente se encontra em um estado metabólico estável, livre de infecção ou doença aguda. Valores persistentemente elevados acima de 3,0 mg/l são indicativos de um alto risco. Em termos gerais, a contribuição modesta da PCR na pontuação de avaliação de risco sugere que ela não desempenha um papel importante na etiologia da aterosclerose.

Os escores de cálcio nas artérias coronárias acima de 100 unidades Agatston (AU) ou no 75º percentil são considerados de alto risco para eventos coronarianos, assim como a presença de qualquer placa na artéria carótida ou EIM acima do 75º percentil.

Além disso, exames de imagens também são necessários para avaliação do estado das artérias e das placas ateroscleróticas. 

A aterosclerose é uma condição cardiovascular de grande importância, e a compreensão dos fatores de risco e dos métodos de diagnóstico desempenha um papel crucial na prevenção e no tratamento. Identificar os fatores de risco pessoais, como hipertensão, colesterol elevado e tabagismo, é o primeiro passo para a redução do risco de aterosclerose. Além disso, o uso de métodos de diagnóstico avançados, como Angio-TC e Angio-RM, permite uma avaliação precisa da condição das artérias, possibilitando a intervenção médica adequada quando necessário. O controle dos fatores de risco e a detecção precoce são elementos-chave na gestão eficaz da aterosclerose e na redução do risco de eventos cardiovasculares graves.

Referências 

XAVIER, Hermes T. et al. V Diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção da aterosclerose. Arquivos brasileiros de cardiologia, v. 101, p. 1-20, 2013.

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