Fibrinogênio e Sua Importância Clínica
O fibrinogênio é uma proteína essencial na cascata de coagulação sanguínea, desempenhando um papel crucial na formação de coágulos para controlar sangramentos. Neste artigo, exploraremos a utilidade clínica do dessa proteína e como sua avaliação em exames laboratoriais é fundamental para o diagnóstico e monitoramento de várias condições médicas.
O que é o Fibrinogênio?
O fibrinogênio é uma proteína solúvel no sangue, sintetizada principalmente no fígado. Quando ocorre uma lesão nos vasos sanguíneos, o fibrinogênio é convertido em fibrina, um filamento insolúvel que forma uma rede, resultando na formação de um coágulo sanguíneo. Além disso, o fibrinogênio também é uma proteína de fase aguda, e, por conseguinte, seu nível aumenta em todas as circunstâncias relacionadas a lesões, infecções ou inflamações nos tecidos (incluindo neoplasias, períodos pós-operatórios e síndrome nefrótica), bem como durante a gravidez.
Utilidade Clínica do Fibrinogênio:
- Avaliação de Distúrbios de Coagulação: A medição dos níveis de fibrinogênio é uma parte fundamental da avaliação de distúrbios de coagulação. Tanto níveis muito baixos quanto muito altos dessa proteína podem indicar problemas de coagulação. Baixos níveis de fibrinogênio estão associados a distúrbios de sangramento, como a doença de von Willebrand e a hemofilia, enquanto níveis elevados podem indicar condições de risco de trombose.
- Monitoramento de Tratamento: Em pacientes com distúrbios de coagulação, o fibrinogênio pode ser monitorado para avaliar a eficácia do tratamento. Por exemplo, em pacientes com hemofilia, a administração de concentrados de fibrinogênio pode elevar os níveis dessa proteína e auxiliar no controle de sangramentos.
- Avaliação de Doenças Hepáticas: Como o fígado é o principal local de produção de dessa proteína, os níveis dessa proteína podem ser usados para avaliar a função hepática. Distúrbios hepáticos, como hepatite, cirrose ou insuficiência hepática, podem levar a níveis anormais de fibrinogênio.
- Monitoramento de Trombose: Em pacientes com risco de trombose, a avaliação do dessa proteína pode ajudar a determinar o risco de formação de coágulos sanguíneos. Níveis elevados de fibrinogênio estão associados a um maior risco de trombose.
- Diagnóstico de Distúrbios Específicos de Coagulação: Além das aplicações mencionadas, a determinação do fibrinogênio é usada no diagnóstico diferencial das coagulopatias, incluindo as congênitas, adquiridas e de consumo, como a coagulação intravascular disseminada. Também é utilizado no diagnóstico da disfibrinogenemia, hipofibrinogenemia e afibrinogenemia.
- Controle da Fibrinólise: O fibrinogênio é importante no controle da fibrinólise, tanto primária quanto secundária, contribuindo para a estabilidade dos coágulos sanguíneos.
Como é Avaliado?
Os níveis de dessa proteína são geralmente medidos por meio de um teste laboratorial chamado “dosagem de fibrinogênio”. Este teste envolve a adição de uma substância chamada trombina ao plasma sanguíneo, que converte o fibrinogênio em fibrina. O tempo que leva para ocorrer essa conversão é medido e usado para determinar os níveis da proteína no sangue.
O fibrinogênio tem sua função na cascata de coagulação e na manutenção do equilíbrio entre sangramento e coagulação. A avaliação dos níveis dessa proteína é importante na triagem, diagnóstico e monitoramento de distúrbios de coagulação, doenças hepáticas e riscos de trombose. Além disso, a dosagem de fibrinogênio auxilia no diagnóstico de distúrbios específicos da coagulação e no controle da fibrinólise. Analistas clínicos devem estar cientes da importância clínica do dessa proteína e interpretar seus resultados com precisão para fornecer o melhor cuidado aos pacientes.
Referências:
Exame de Fibrinogênio (Óptica) – Plasma. Fleury Medicina e Saúde. Disponível em: https://www.fleury.com.br/medico/exames/fibrinogenio-optica-plasma. Acesso em: 29 set. 2023.
FRANCO, Rendrik F. Fisiologia da coagulação, anticoagulação e fibrinólise. Medicina (Ribeirão Preto), v. 34, n. 3/4, p. 229-237, 2001.