Hemograma na anemia falciforme

Hemograma na Anemia Falciforme: Importância e Marcadores Clínicos

A anemia falciforme é uma doença genética caracterizada pela produção de hemoglobina anormal, conhecida como hemoglobina S (HbS), que leva à formação de hemácias em forma de foice. A realização de um hemograma desempenha papel importante no diagnóstico, monitorização e manejo clínico desta condição. Neste artigo, exploraremos como o hemograma é utilizado na avaliação da anemia falciforme e quais são os principais marcadores clínicos identificados por meio desse exame.

Contextualizando a anemia falciforme

A anemia falciforme é uma condição hereditária autossômica recessiva, ou seja, para que um indivíduo seja considerado doente, precisa ocorrer homozigose. No entanto, alguns indivíduos apresentam heterozigose, portanto, representa o que chamamos de traço falciforme.

Patogênese da doença

Na conformação da hemoglobina A1, temos a presença de duas cadeias de globina alfa e duas betas.

Na anemia falciforme ocorre uma alteração na globina beta, causando a formação da globina S. A globina S se forma devido a uma troca de aminoácidos na posição 6, onde o ácido glutâmico é substituído pela valina.

Quando temos a liberação de oxigênio pela hemoglobina S, ela se polimeriza, levando à formação de feixes e consequente alteração na forma das hemácias; por isso, algumas proteínas de membrana sofrem modificações e expõem moléculas de adesão que favorecem a ligação dessas hemácias falciformes ao endotélio, ocasionando a vaso-oclusão.

Morfologias encontradas na anemia falciforme

Quando falamos em morfologia, é esperado encontrar drepanócitos (hemácias em foice) na lâmina, no entanto, eles nem sempre vão ser característicos e podem ser confundidos com eliptócitos; por isso, é importante atentar para a característica de cada poiquilocitose. Além dos drepanócitos, também podemos encontrar hemácias em alvo, que é comum, policromasia, corpúsculo de Howell-Jolly, devido a uma alta produção de eritrócitos pela medula, e a presença de reticulócitos e eritroblastos, em especial o ortocromático.

Outro ponto que devemos ressaltar são as plaquetas. Nos primeiros anos de vida, um indivíduo com anemia falciforme apresenta uma atividade aumentada no baço devido à destruição excessiva de células, fazendo com que esse órgão aumente de tamanho. 

Normalmente, o baço retém 1/3 das plaquetas enquanto o restante permanece na circulação, mas, devido ao aumento do órgão, mais plaquetas são retidas, no entanto, o órgão fica hipofuncional em algum momento e ocasiona autoesplenectomia, onde as plaquetas são liberadas, levando ao aumento das plaquetas.

hemograma na anemia falciforme

Alterações no hemograma

No hemograma na anemia falciforme, podemos observar a redução da hemoglobina, devido à anemia, e um VCM normal ou aumentado devido à presença de reticulócitos. O RDW pode estar elevado, o que é comum nesses casos devido à presença de reticulócitos. O CHCM e HCM se apresentam normais e as plaquetas podem estar aumentadas. Já a contagem global de leucócitos é variável.

Diagnóstico da anemia falciforme

O diagnóstico da anemia falciforme é feito pela cromatografia líquida de alta eficiência ou eletroforese de hemoglobina. Na imagem abaixo, podemos ver um quadro clássico de anemia falciforme.

hemograma na anemia falciforme

O hemograma é uma ferramenta muito útil para auxiliar no diagnóstico e monitorização da anemia falciforme. As alterações nos índices hematimétricos, bem como os achados na leitura de lâminas, são importantes para o acompanhamento da doença, e a compressão destes para os analistas clínicos é fundamental.

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Referências: 

Bain, Barbara J. Células sanguíneas : um guia prático [recurso eletrônico] / Barbara J. Bain ; [tradução: Renato Failace]. – 5. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2016.

Failace, R. Hemograma : manual de interpretação [recurso eletrônico] / Renato Failace, Flavo Fernandes. – 6. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2015. e-PUB.