Hemograma na Dengue: Qual sua importância?
A dengue é uma doença de alta relevância epidemiológica, resultante da infecção causada por um vírus RNA do gênero Flavivirus flaviviridae. Essa enfermidade é transmitida por artrópodes, representando um desafio contínuo para a saúde pública. É importante destacar que existem quatro sorotipos distintos do vírus dengue, cada um deles capaz de causar tanto a forma hemorrágica quanto a forma clássica da doença. Nesse artigo vamos destacar como o hemograma na dengue pode aparecer.
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Como ocorre a transmissão do vírus dengue?
A transmissão do vírus ocorre quando o mosquito fêmea do Aedes aegypti faz o repasto uma pessoa contaminada, adquirindo o vírus, que então se replica em seu intestino. A partir desse momento, o mosquito torna-se capaz de transmitir o vírus aos seres humanos em posteriores repastos através de sua saliva. Além disso, embora seja raro, também é válido mencionar a possibilidade de transmissão vertical.
Quais são os sintomas da dengue?
Os sintomas dessa doença são variados, uma vez que o vírus tem a capacidade de infectar diferentes tipos de células. No entanto, alguns sintomas comuns incluem febre alta, cefaléia, sangramento, dor retro-orbital, erupções cutâneas, mialgia, vômitos, entre outros. Na forma hemorrágica da doença, os sintomas iniciais são semelhantes aos da dengue clássica, mas evoluem rapidamente para manifestações hemorrágicas.
A importância do hemograma no diagnóstico da dengue
O hemograma é uma ferramenta importante para o diagnóstico da dengue e deve ser solicitado para qualquer paciente com suspeita dessa doença. Ele desempenha um papel crucial como marcador de risco de hemorragia, além de auxiliar no diagnóstico quando interpretado em conjunto com outros exames laboratoriais e os sinais clínicos apresentados pelo paciente.
Quais são as alterações identificadas no hemograma na dengue?
No eritrograma, é possível observar um aumento de até 20% no hematócrito devido à maior permeabilidade. No plaquetograma, é possível identificar a plaquetopenia, com valores abaixo de 100.000/mm³, resultante do consumo das plaquetas. Já no leucograma, podem ocorrer alterações como leucopenia com linfopenia, neutrofilia com a presença com granulações grosseiras, além da detecção de plasmócitos no sangue periférico.
Alterações morfológicas das células
Em relação a morfologia podemos encontrar linfócitos reativos, que são linfócitos maiores, com basofilia citoplasmática, presença de nucléolo e menor relação núcleo/citoplasma. É importante lembrar que a borda dos linfócitos atípicos não invade o espaço de outras células, como por exemplo, as hemácias e plaquetas.
Também é possível encontrar neutrófilos hipossegmentados, uma célula que possui o citoplasma maduro e núcleo condensado porém com segmentação incompleta.
O hemograma além de auxiliar no diagnóstico, pode ser utilizado como suporte e monitoramento nos casos de dengue. A realização da leitura de lâmina pelo analista clínico e a liberação de um laudo fidedigno são extremamente importantes para que o médico possa decidir o melhor tratamento para o paciente.
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Referências:
DALBEM, Alexandre Garcia et al. Dengue clássica e febre hemorrágica da dengue: etiologia, fisiologia, epidemiologia e fatores de risco. Revista Ciência e estudos acadêmicos de medicina, n. 01, 2014.
FERREIRA, Milena Fonseca. Interpretação do hemograma frente à suspeita de dengue. Revista Acadêmica Oswaldo Cruz, v. 12, p. 1-11, 2016.
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