Intolerância a lactose

Intolerância à Lactose x Alergia as Proteínas do Leite: Diagnóstico

Analistas clínicos são profissionais que tem papel importante na identificação e diferenciação entre a intolerância à lactose e a alergia às proteínas do leite. Essas duas condições, embora frequentemente confundidas devido a sintomas gastrointestinais semelhantes, têm causas, mecanismos e métodos de diagnóstico distintos. Neste artigo detalhado, exploraremos as diferenças entre essas condições e os métodos de diagnóstico que os analistas clínicos podem empregar para ajudar a fornecer um diagnóstico preciso.

Intolerância à Lactose x Alergia as Proteínas do Leite

Intolerância a Lactose x Alergia a Proteínas do Leite

Intolerância à lactose: A intolerância é uma resposta negativa que afeta a digestão ou o metabolismo, mas não está relacionada ao sistema imunológico. A intolerância à lactose resulta da deficiência da enzima lactase, responsável pela quebra da lactose no intestino delgado. Isso leva à má digestão da lactose e seu subsequente metabolismo no intestino grosso, onde é fermentada por bactérias, produzindo gases e causando sintomas gastrointestinais.

Alergia a proteínas do leite: Normalmente, a alergia alimentar é uma resposta negativa ao componente de proteína presente no alimento e implica em processos relacionados ao sistema imunológico. A alergia às proteínas do leite envolve uma resposta imunológica do organismo às proteínas do leite, como a caseína e as proteínas do soro de leite. Isso desencadeia a liberação de anticorpos IgE, levando a sintomas alérgicos como a urticária e sintomas respiratórios. 

Exames Laboratoriais para Diagnóstico

Alguns exames laboratoriais podem ser solicitados e avaliados em conjunto com a história clínica do paciente para que seja possível fechar um diagnóstico e iniciar o tratamento. 

– Intolerância a lactose: 

  • Teste de Hidrogênio no Ar Expirado: Este teste é uma ferramenta comum para analistas clínicos. Após a ingestão de lactose, a medição do hidrogênio no ar expirado é realizada a intervalos regulares. Níveis elevados de hidrogênio indicam que a lactose não foi devidamente absorvida e ocorreu fermentação pelas bactérias do intestino. 
  • Teste de Tolerância à Lactose: Os pacientes ingerem uma quantidade específica de lactose, e os níveis de glicose no sangue são monitorados. A ausência de um aumento significativo nos níveis de glicose após a ingestão de lactose sugere intolerância à lactose.

Além destes, também é possível realizar uma biópsia do intestino para que seja feita dosagem de lactase na mucosa duodenal, no entanto, por ser um procedimento invasivo, não é solicitado frequentemente. 

– Alergia a proteínas do leite: 

  • Teste de Prick: É realizado testes de picada na pele do paciente, aplicando pequenas quantidades de extrato de proteína do leite. Qualquer reação cutânea, como urticária, indica uma resposta alérgica. Os testes são considerados positivos quando exibem pápulas de pelo menos 3 mm de diâmetro médio, em comparação com o controle negativo.
  • Dosagem de IgE: dosagem de IgE específica para o leite pode ser realizada para identificar a presença de anticorpos IgE direcionados contra as proteínas do leite.
  • Testes de Provocação Oral: Esses testes, conduzidos sob supervisão médica, envolvem a ingestão controlada de alimentos contendo proteínas do leite, em doses crescentes e intervalos regulares com monitoramento das manifestações clínicas.

Para analistas clínicos, é importante compreender as diferenças entre intolerância à lactose e alergia às proteínas do leite, bem como os métodos de diagnóstico específicos para cada condição. A capacidade de diferenciar entre essas condições é fundamental para fornecer orientações e tratamentos adequados aos pacientes. Além disso, o conhecimento profundo sobre os mecanismos subjacentes a cada condição e a interpretação de resultados de testes são essenciais para assegurar um diagnóstico preciso e promover a saúde gastrointestinal e nutricional dos pacientes. Portanto, analistas clínicos desempenham uma função importante na identificação e no tratamento eficaz dessas condições.

Referências: 

ROCHA FILHO, Wilson; SCALCO, Mariana Faria; PINTO, Jorge Andrade. Alergia à proteína do leite de vaca. Revista Médica de Minas Gerais, v. 24, n. 3, set/2014. Disponível em: https://rmmg.org/artigo/detalhes/1658. Acesso em: 25/09/2023.

Fleury Medicina e Saúde. Investigação e diagnóstico de intolerância à lactose. Disponível em: https://www.fleury.com.br/medico/artigos-cientificos/investigacao-e-diagnostico-de-intolerancia-a-lactose. Acesso em: 25 set. 2023.

Autores não fornecidos. Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV). Observatório da Pediatria da UFMG. Disponível em: https://www.medicina.ufmg.br/observaped/alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca-aplv/. Acesso em: 25 set. 2023.