Malária: Aspectos clínicos e diagnóstico
A malária é uma das doenças parasitárias mais prevalentes e mortais no mundo, causada por protozoários do gênero Plasmodium. Ela afeta milhões de pessoas anualmente e representa um desafio significativo para a saúde pública global. Neste artigo, examinaremos em detalhes os aspectos clínicos da malária, suas manifestações, bem como as técnicas de diagnóstico cruciais para o tratamento oportuno e eficaz.
Transmissão da malária
A malária é causada quando a fêmea do mosquito do gênero Anopheles pica um indivíduo e o infecta com um ou mais tipos de protozoários do gênero Plasmodium. Além disso, o mosquito Anopheles é conhecido por diversos nomes, como carapanã, muriçoca, sovela, mosquito-prego e bicuda, e costuma ser mais ativo no entardecer e ao amanhecer. Importante destacar que somente as fêmeas do mosquito Anopheles têm a capacidade de transmitir a malária. Além disso, em casos mais raros, a doença pode ser transmitida de outras maneiras, como por transfusão sanguínea, uso de seringas contaminadas, acidentes de laboratório e transmissão de mãe para filho durante a gestação.
Ciclo de vida do parasita
- Mosquito fêmea pica uma pessoa e injeta nela a forma de esporozoítos.
- Os esporozoítos na corrente sanguínea vão até o fígado onde se multiplicam.
- Esporozoítos se transformam em esquizontes que se rompem e liberam os merozítos na corrente sanguínea.
- Merozoítos na corrente sanguínea invadem as hemácias e se transformam em trofozoítos e em seguida em esquizontes (ciclo assexuado).
- Alguns trofozoítos dentro das hemácias evoluem de forma diferente, resultando em gametócitos.
- O mosquito fêmea do gênero Anopheles pica uma pessoa contaminada e ingere as formas gametocíticas do parasita.
- No intestino do mosquito ocorre a diferenciação de macrogametas e microgametas e a fecundação (ciclo sexuado).
- Ocorre a formação de zigoto -> oocineto -> oocisto -> liberação de esporozoítos, estes migram para a glândula salivar do mosquito e o ciclo se reinicia.
Sinais e sintomas da malária
A malária pode apresentar uma série de sintomas, sendo os mais comuns:
- Febre alta.
- Calafrios.
- Tremores.
- Sudorese.
- Dor de cabeça, que tende a ocorrer de maneira cíclica.
O sinal característico da doença é a febre periódica, chamada de febre terçã ou quartã. Antes da manifestação desses sintomas característicos, muitas pessoas podem sentir náuseas, vômitos, cansaço e perda de apetite. Além disso, a malária grave pode acarretar diversas complicações clínicas, incluindo o comprometimento do sistema nervoso central, anemia severa, insuficiência renal, disfunção pulmonar, choque, coagulação intravascular disseminada, hipoglicemia, acidose metabólica e disfunção hepática.
Exames laboratoriais
O exame padrão ouro para a malária é a gota espessa, no entanto, existem também testes sorológicos e de biologia molecular (ainda em estudo) que auxiliam para o diagnosticar a patologia.
Achados microscópicos na malária
Falciparum
Vivax
Malarie
A malária continua a ser uma preocupação de saúde global significativa, com seu impacto mais severo em regiões tropicais e subtropicais. Compreender os aspectos clínicos da doença, como os sintomas iniciais, o ciclo de febre e as complicações potenciais, é fundamental para a identificação e tratamento precoces. Além disso, as técnicas de diagnóstico, incluindo exames de esfregaço sanguíneo, testes rápidos e biologia molecular, desempenham um papel crucial na abordagem eficaz da malária.
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Referências
GOMES, Andréia Patrícia et al. Malária grave por Plasmodium falciparum. Revista brasileira de terapia intensiva, v. 23, p. 358-369, 2011.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Malária. 2019.