Tireoidite de Hashimoto: Aspectos Clínicos e Laboratoriais
A tireoidite de Hashimoto, também conhecida como tireoidite autoimune crônica ou doença de Hashimoto, é uma condição autoimune que afeta a glândula tireoide. Neste artigo, vamos discutir os aspectos clínicos dessa doença e o papel dos testes laboratoriais na sua avaliação.
Causas da Tireoidite de Hashimoto:
A tireoidite de Hashimoto não tem sua causa bem estabelecida; no entanto, fatores genéticos podem contribuir para o desenvolvimento da doença, já que há uma herança de predisposição no desenvolvimento de doenças autoimunes. Outro fator, considerado um dos principais, é o consumo excessivo de iodo, que está presente no sal e em diversos alimentos ultraprocessados e embutidos. Esse elemento pode lesar as células da tireoide e levar ao rompimento destas, bem como pode modificar algumas proteínas da glândula que passam a não ser mais reconhecidas pelo sistema imune e são atacadas. Os auto-anticorpos atacam a peroxidase da tireoide.
Sinais e Sintomas:
Por ser uma doença de evolução lenta, os pacientes podem demorar a manifestar algum sinal ou sintoma; no entanto, é possível verificar alguns sinais do hipotireoidismo; esses podem ser:
– Cansaço
– Sono excessivo
– Pele seca
– Unhas fracas
– Indisposição
– Intestino preso
Pacientes com essa patologia também podem apresentar bócio (aumento da glândula tireóide).
Exames Laboratoriais na Tireoidite de Hashimoto:
Para diagnosticar o paciente, é necessário associar os sinais e sintomas em conjunto com os exames laboratoriais; são solicitados os seguintes exames:
Dosagem de TSH: Exame de rotina solicitado para avaliar a função da tireóide; em casos de hipotireoidismo, os níveis de TSH se encontram elevados.
T4 livre: Também é um exame solicitado para avaliar a função da tireoide, e os níveis se encontram diminuídos em casos de hipotireoidismo.
Medida de autoanticorpos: Quando há suspeita de tireoidite de Hashimoto, é necessário fazer a dosagem de autoanticorpos, em especial o anticorpo antitireoperoxidase (anti TPO), que é um anticorpo da classe IgG associado à extensão da penetração de linfócitos e à magnitude dos danos causados à glândula; se encontra elevado em 95% dos casos.
Além desses exames, a ultrassonografia da glândula tireoide é utilizada para avaliar os danos gerados à tireóide, bem como o tamanho e a aparência dela.
A tireoidite de Hashimoto é uma doença autoimune que afeta a tireoide e pode levar ao hipotireoidismo. A avaliação laboratorial auxilia na identificação dessa condição, permitindo o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. É importante que pacientes com sintomas sugestivos de tireoidite de Hashimoto, como fadiga e aumento da tireoide, procurem avaliação médica e testes laboratoriais apropriados para garantir o manejo adequado dessa condição.
Referências
Laboratório na prática clínica: consulta rápida [recurso eletrônico] / Organizadores, Ricardo M. Xavier, José Miguel Dora, Elvino Barros. – 3. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2016.
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Tireoide.org.br. Tireoidite de Hashimoto. Disponível em: https://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/. Acesso em: 08 set. 2023.
